Os agricultores da região de Abrantes estão a enfrentar dificuldades devido à instabilidade do caudal do Tejo. A gestão da água nas barragens espanholas é apontada como a causa deste problema e é pedida uma nova barragem do lado português.
As correntes que esta semana o Tejo leva na zona de Abrantes são uma faca de dois gumes. Se por um lado asseguram alguma água para os regadios da região, a incerteza da permanência deste caudal deixa os agricultores apreensivos
Segundo o Governo, a convenção de Albufeira, que regula a água que Espanha é obrigada a debitar para o leito português, até está a ser cumprida, mas de forma pouco homogénea segundo quem vive da agricultura.
A solução, segundo os agricultores e os municípios do médio Tejo, passa pela construção em definitivo da Barragem no Ocreza, a montante de Abrantes, que à semelhança das albufeiras de Castelo de Bode e do Cabril, ambas a jusante deste local, podia ajudar a manter o caudal do rio mais constante.
O projeto ainda vai demorar a ser implementado, embora já esteja prometido há vários anos. Os agricultores asseguram que a dimensão, agora prevista, não cumpre as necessidades da região e do país e pedem celeridade nas decisões ao Estado português.
Os grupos ambientalistas são contra esta solução de uma nova barragem no Tejo e pedem uma regularização dos caudais ecológicos sem mais pontos de retenção
Até haver uma solução definitiva, a saúde do Tejo parece estar, sobretudo, dependente do preço da energia e das necessidades de descarga do lado espanhol para a produção de eletricidade.