O secretário-geral do PS, José Luís Carneiro, defendeu hoje que investir no setor agrícola e florestal “tem de ser prioritário” para diminuir a dependência de Portugal face a produtos estrangeiros e exigiu mais apoios para cooperativas.
“Pese embora os esforços que foram feitos pelos governos do PS, e Portugal cresceu muito no peso das suas exportações a partir do setor do agroalimentar, nós ainda continuamos hoje dependentes em cerca de 70% daquilo que consumimos em termos alimentares. A aposta e a valorização do setor agrícola e florestal é uma das nossas principais prioridades, na medida em que investir neste setor significa diminuir a dependência externa do país no que respeita à sua autonomia alimentar”, disse José Luís Carneiro.
Na Póvoa de Varzim, no distrito do Porto, onde visitou a 11.ª edição da AgroSemana – Feira Agrícola do Norte, José Luís Carneiro disse que este setor “tem de ser uma das prioridades políticas nacionais” e que para que isso se consiga “deve ser dado apoio às cooperativas no conjunto do país”.
“Deve ser desenvolvido um projeto nacional que tenha em vista a sua capacitação, que tenha em vista o trabalho associativo e de cooperação entre toda a rede do setor cooperativo, e que haja garantia de acompanhamento na formação e na estrutura de preços dos bens que são oriundos do setor primário”, apontou.
Referindo-se à Plataforma de Acompanhamento das Relações na Cadeia Alimentar (PARCA), o líder dos socialistas apontou que tem havido “falta de trabalho” nesta matéria.
“A PARCA é um instrumento de acompanhamento e de regulação no modo como se forma o preço e como ele se desenvolve entre o produtor e o consumidor, mas a informação de que dispomos é que tem havido falta de trabalho da parte dos seus responsáveis e da parte do próprio Ministério da Agricultura para garantir que reúne e que cumpre a sua missão”, referiu.
Para José Luís Carneiro, em causa estão “níveis até de injustiça social que têm que ser corrigidos”.
“É necessário introduzir mecanismos de observação e de verificação e de correção das estruturas de formação dos preços, por forma a que haja maior justiça entre o produtor e aqueles que são os ganhos, naturalmente legítimos da distribuição. Tem que haver uma melhor repartição desses mesmos resultados de um setor que hoje representa já um peso muito significativo da nossa riqueza nacional”, concluiu.