Previsões Agrícolas
As previsões agrícolas, em 30 de junho, apontam para aumentos generalizados de produtividade dos cereais de outono/inverno, em resultado das condições meteorológicas favoráveis registadas ao longo de todo o ciclo vegetativo.
As sementeiras das culturas de primavera/verão decorreram com normalidade a sul do Tejo e com algum atraso a norte, devido à precipitação. No milho para grão, a área deverá ser inferior à semeada em 2023 (-5%), eventualmente reflexo da descida do preço desta commodity, que poderá ter desincentivado a instalação da cultura. As sementeiras do arroz terminaram, observando-se canteiros com um elevado grau de infestação, em particular de milhã, situação que se tem vindo agravar nas últimas campanhas. As plantações de tomate para a indústria apresentam um bom desenvolvimento vegetativo, sem incidências relevantes de pragas e doenças. Na batata, a baixa produtividade, resultado do frio e da humidade, aliada a uma redução da área para o menor valor da série histórica, faz antever um mau ano de produção.
Os pomares de macieiras e pereiras da região do Oeste foram afetados pelo reduzido número de horas de frio, o que penalizou novamente a produtividade. Em contrapartida, no Douro Sul as condições meteorológicas foram mais favoráveis ao bom desenvolvimento das pomóideas. A produção de cereja na Cova da Beira foi muito prejudicada pelas condições registadas na floração e no vingamento dos frutos e, posteriormente, pelas chuvas de maio e junho, que provocaram a diminuição da qualidade.
Gado, aves e coelhos abatidos
O peso limpo total de gado abatido e aprovado para consumo em maio de 2024 foi 40 034 toneladas, o que correspondeu a um aumento de 0,6% (+15,8% em abril), devido ao maior volume de abate de ovinos (+21,3%) e suínos (+1,7%). O peso limpo total de aves e coelhos abatidos e aprovados para consumo foi 34 574 toneladas, o que representou um aumento de 6,8% (+21,1% em abril), registando-se um maior volume de abate de galináceos (+9,2%) e uma manutenção nos perus (+0,1%).
Produção de aves e ovos
O volume de frango aumentou 5,4%, com uma produção que totalizou 27 955 toneladas (+16,6% em abril), tendo em número de cabeças registado praticamente uma manutenção, com uma variação de -0,4% (+9,7% em abril). A produção de ovos de galinha para consumo, pelo contrário, teve uma redução de 2,8% (+5,8% em abril), com 9 950 toneladas produzidas.
Produção de leite e produtos lácteos
A recolha de leite de vaca foi 173,2 mil toneladas, um decréscimo de 1,5% (-2,2% em abril). O volume total de produtos lácteos assinalou também uma diminuição de 1,0% (-1,6% em abril), essencialmente justificada pelo menor volume de leite para consumo (-2,5%), tendo registado também diminuições no mês em análise o leite em pó (-3,7%) e a manteiga (-0,8%).
Pescado capturado
O volume de capturas de pescado em Portugal diminuiu 16,5% (+7,5% em abril), justificado pela menor captura de peixes marinhos, moluscos e crustáceos. Às 11 733 toneladas de pescado correspondeu uma receita que totalizou 28 243 mil euros, valor que representou também um decréscimo de 12,2% (+8,1% em abril). O preço médio do pescado descarregado foi 2,27 Euros/kg, ou seja, um aumento de 3,7% (-0,4% em abril).
Preços e índices de preços agrícolas
Os índices apresentados são referentes à base 2020 (2020=100).
Em junho de 2024, as variações mais significativas no índice de preços de produtos agrícolas no produtor, foram observadas no azeite a granel (+62,5%), ovinos e caprinos (+25,5%), hortícolas frescos (+10,1%), ovos (-13,1%) e batata (-10,0%).
Em comparação com o mês anterior, as variações de maior amplitude verificaram-se no azeite a granel (+9,0%) e aves de capoeira (+4,8%).
Em março de 2024, o índice de preços de bens e serviços de consumo corrente (INPUT I) registou um acréscimo de 2,7% e o índice de preços de bens e serviços de investimento (INPUT II) registou uma variação positiva de 3,4%. Relativamente ao mês anterior, verificou-se um decréscimo de 0,4% na variação do índice de preços de bens e serviços de consumo corrente enquanto que, no índice de preços de bens e serviços de investimento, se observou uma subida de 0,2%.
→ Consulte aqui os documentos ←
O artigo foi publicado originalmente em INE: publicações.