O BE dos Açores instou esta quinta-feira o executivo regional a negociar com os trabalhadores da Rede Integrada de Apoio ao Cidadão (RIAC), que estiveram em greve durante alguns períodos de 2018, a valorização das suas carreiras.
“A vice-presidência, que tutela a RIAC, recusa-se a retomar a mesa das negociações para arranjar uma solução e estabelecer um compromisso com os representantes dos trabalhadores da RIAC, no sentido de valorizar as suas carreiras por via da criação de uma carreira específica ou através de uma valorização salarial”, lamentou o deputado bloquista Paulo Mendes, numa declaração política na Assembleia Legislativa dos Açores, na cidade da Horta.
Os quadros da RIAC, precisou o deputado, “emitem cartões de cidadão, passaportes, pagam pensões, prestam apoio no preenchimento de declarações de rendimentos para o IRS e garantem o acesso aos cidadãos a diferentes serviços na Administração Pública”, merecendo uma “valorização das carreiras”.
Numa outra declaração política no parlamento dos Açores, o deputado do PPM, Paulo Estêvão, anunciou a intenção de doar à região um espólio de cerca de 200 objetos “representativos da etnografia da ilha do Corvo, com o propósito de salvaguardar o que ainda existe” na mais pequena ilha açoriana.
“Entre eles estão objetos que me pertencem e outros que pertencem a famílias que os disponibilizaram para integrar exposições referentes à etnografia da ilha do Corvo”, prosseguiu, antes de pedir “duas condições”: que o Governo Regional assegure a manutenção dos objetos e a sua “exposição pública na ilha do Corvo”.
Já o PSD, pelo deputado António Almeida, trouxe a debate multas impostas pela indústria de laticínios aos produtores de leite da ilha Terceira, devido ao excesso de produção, acusando o titular da pasta da Agricultura do executivo socialista, João Ponte, de “nada fazer” sobre o tema.
“O secretário de Agricultura lamenta a situação dos produtores da Terceira, diz que é uma decisão da indústria que o governo discorda, mas nada faz”, sublinhou o parlamentar social-democrata.
E prosseguiu: “O Governo que anuncia indicadores favoráveis na agricultura dos Açores, fazendo disso publicidade, é o mesmo governo que ignora os desastres no setor da produção de leite e lacticínios”.
O PS, por seu turno, falou da reforma da autonomia, com o deputado Francisco Coelho a falar num “grande e bom desafio” que os parlamentares da região têm pela frente.
“Temos consciência que o facto de sermos o grupo maioritário traduz-se, nesta matéria como em tantas outras, no gostoso fardo de uma responsabilidade maior, e agiremos em conformidade. Confiando sempre que, no final, o diálogo frutifique, o consenso se construa e a autonomia se amplie e reforce. Porque saberemos todos corresponder à dignidade maior que a empresa exige”, vincou.