O Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) vai emprestar 79 milhões de dólares (73 milhões de euros) a Angola para promover o empreendedorismo e emprego de jovens na agricultura e transportes, segundo um comunicado divulgado pela instituição financeira.
O banco vai financiar cerca de dois terços (63,4%) do Projeto de Emprego dos Jovens de Angola (AYEP ou “Projeto Crescer”) no valor total de aproximadamente 125 milhões de dólares, sendo o Governo de Angola responsável por um contributo de 23,3% e o setor privado pelos restantes 0,4%.
Pretende-se formar mais de 95.000 jovens em tecnologias digitais e ensino e formação técnico-profissional direcionados para “uma agricultura e transportes inteligentes do ponto de vista climático”.
O AYEP visa desenvolver “competências digitais, técnicas, ecológicas e empresariais orientadas para a procura, estimular a criatividade e a inovação entre os jovens e apoiar as startups no acesso a financiamento inovador” e será implementado entre 2025 e 2029, segundo o BAD.
O objetivo é também melhorar o ambiente operacional das empresas e ajudar a desenvolver a capacidade institucional no domínio dos contratos públicos.
Angola tem o segundo crescimento populacional mais rápido de África e metade dos seus 35 milhões de habitantes são jovens.
Estima-se que o setor agrícola empregue mais de 50% da mão-de-obra total (dados de 2022), enquanto o setor dos transportes “tem potencial para criar numerosos postos de trabalho através das suas cadeias de valor, numa altura em que o país se está a transformar cada vez mais num dos principais centros logísticos de África”.
O projeto vai ser implementado em oito províncias do país – Luanda, Huíla, Huambo, Benguela, Cabinda, Cuanza Sul, Bié e Malanje – que constituem áreas agrícolas de elevado potencial, algumas das quais localizadas ao longo do Corredor do Lobito, caminho-de-ferro que liga o porto do Lobito, na costa ocidental de Angola à fronteira com a Republica Democrática do Congo.
O BAD “está empenhado em apoiar Angola no seu processo de diversificação económica. A nossa estratégia, recentemente aprovada, identifica a agricultura como o motor do crescimento em Angola, complementada pelo investimento em infraestruturas sustentáveis”, afirmou Pietro Toigo, representante residente do Grupo Banco em Angola, citado no mesmo comunicado.
Desde o início das suas operações em Angola, em 1980, o Grupo Banco Africano de Desenvolvimento aprovou um total de mais de três mil milhões de dólares para projetos de desenvolvimento no país.