O presidente do Conselho Europeu, António Costa, defendeu hoje que os acordos com o Mercosul e com México fazem com que a União Europeia (UE) seja “mais forte” e que há benefícios para os dois lados.
“Saúdo a apresentação pela Comissão Europeia dos textos do Acordo de Parceria entre a UE e o Mercosul e do Acordo Global atualizado com o México”, escreveu António Costa nas redes sociais, acrescentou que “cabe agora aos Estados-membros tomar decisões”.
O ex-primeiro-ministro de Portugal, presidente do Conselho Europeu há quase um ano, considerou que a UE “é mais forte quando estabelece acordos equilibrados com os seus parceiros, acordos que trazem benefícios para ambas as partes”.
Um dia depois de advogar que o acordo comercial com os Estados Unidos da América “não é para celebrar” e justificando a necessidade de o concluir para salvaguardar o peso na segurança de Washington, António Costa disse que a UE “está no seu melhor quando gera prosperidade a nível interno e externo”.
A Comissão Europeia prometeu hoje que vai proteger os agricultores de disrupções provocadas pelo acordo com o Mercosul, prevendo um aumento das exportações anualmente para aqueles países da América Latina em 39%, mais 49 mil milhões de euros.
De acordo com a informação disponibilizada hoje pelo executivo comunitário, sobre as propostas que vai apresentar ao Conselho da UE para que possam ser alvo de discussão e aprofundamento, o acordo com os países do Mercosul deverá aumentar em 39% as exportações anuais da UE, para mais 49 mil milhões de euros.
O acordo que vai criar “a maior zona de comércio livre do mundo” vai reduzir “os encargos aduaneiros muitas vezes proibitivos para as exportações da UE”, incluindo em “produtos industriais essenciais, como automóveis (hoje de 35%), maquinaria (entre 14% e 20%) e indústria farmacêutica (até 14%)”.
A previsão da Comissão Europeia é de que as exportações agroalimentares “cresçam pelo menos 50%” com a redução tarifária, nomeadamente em vinho e bebidas brancas, chocolate e azeite, prevenindo a imitação e a “competição injusta” de 344 produtos com indicação de proteção geográfica.
Mas a principal novidade que a Comissão Europeia quis apresentar foram as salvaguardas, em específico para o setor agrícola, o maior crítico deste acordo.
“Nós ouvimo-los, este acordo é um novo acordo do Mercosul, ouvimos todas as pessoas que queriam este acordo, desde os nossos parceiros no Mercosul aos nossos Estados-membros, e representantes do setor agrícola, para ter a certeza de que o acordo é bom e justo”, disse o comissário europeu para o Comércio, Maroš Šefčovič, em conferência de imprensa, em Bruxelas, prometendo “fortes salvaguardas”.
As salvaguardas, de acordo com o executivo comunitário, protegerão os produtores de “um crescimento prejudicial das importações” a partir dos países do Mercosul.
Já o “acordo modernizado” entre a UE e o México vai “eliminar os encargos aduaneiros proibitivos que persistem” às exportações agroalimentares do bloco comunitário, divulgou hoje a Comissão Europeia.
Segundo a informação disponibilizada pelo executivo comunitário, o “acordo modernizado” com o México, que existe desde 2000, vai “eliminar os encargos aduaneiros restritivos restante às exportações agroalimentares” para o país que é “um dos mais antigos parceiros e o segundo maior parceiro comercial na América Latina”.
Neste acordo estão incluídos o queijo, as carnes de frango e porco, massa, maçãs, geleias e também o chocolate e o vinho.
“Remover estas tarifas, que de momento são de até 100% em certas exportações da UE, vai fazer com que os produtos da União Europeia sejam bastante mais competitivos no México”, acrescentou a Comissão Europeia.
Comissão Europeia propõe a conclusão dos acordos com Mercosul e México
“Acordo modernizado” entre UE e México elimina tarifas que persistiam a produtos agroalimentares