António Costa afirmou, este sábado de manhã, que Portugal andou a marcar passo na redução das emissões de carbono na anterior legislatura. Declarações numa convenção socialista, em Faro, subordinada ao tema das alterações climáticas.
O secretário-geral do PS cancelou a sua presença na segunda das quatro convenções temáticas para a construção do programa eleitoral para as legislativas, tendo feito uma intervenção a partir da sede do partido em Lisboa.
Sem especificar os motivos da sua ausência, António Costa dirigiu-se aos militantes socialistas através de um ecrã instalado na Biblioteca Municipal de Faro, a partir da sede do PS, no largo do Rato, em Lisboa, na abertura da convenção sobre as alterações climáticas.
O líder socialista apelou aos militantes para que participem nas convenções temáticas, para que com as suas sugestões o PS “possa construir um programa eleitoral sustentado para apresentar nas eleições legislativas de outubro”.
Durante a sua intervenção, o primeiro-ministro defendeu que o Governo tem como prioridade a aposta nas energias renováveis, um investimento feito para controlar as alterações climáticas.
Segundo António Costa, o PS tem quatro objetivos estratégicos bem definidos e de boa governação: “reforçar a democracia, manter as contas certas, continuar a valorizar as funções de soberania e investir na qualidade dos serviços públicos”.
“Estes são os quatro objetivos que temos no programa de boa governação, mas temos depois outros desafios estratégicos como os das desigualdades, a demografia, a sociedade digital e as alterações climáticas”, sublinhou.
Na opinião do líder socialista, o desafio das alterações climáticas, “é um desafio integrado que passa por ter um novo modelo de gestão da água, de desenvolvimento da economia circular, de preservação dos elementos naturais”.
“Se há um novo desafio que temos de enfrentar é o de termos um novo paradigma de mobilidade e assegurarmos a transição energética, um desafio global mas que tem efeitos locais”, defendeu.
Segundo António Costa, Portugal nos últimos 50 anos perdeu 13 quilómetros quadrados de área costeira, “erosão que se não for travada irá prosseguir, fazendo com que tenhamos cada vez menos terra e menos água em condições de salubridade”.
O secretário-geral socialista disse ainda que a floresta e os incêndios florestais são preocupações face às alterações climáticas, defendendo uma adaptação do território, lembrando que a seguir aos “dramáticos incêndios de 2017 foi constituída uma comissão técnica independente que apresentou um relatório sobre como devia ser a defesa da floresta quanto aos incêndios”.
Segundo o líder socialista, Portugal tem como compromisso para a próxima década (2020/2030) alcançar o objetivo de neutralidade carbónica, antecipando em cerca de 20 anos a meta assumida pelo nosso país.
“Assumimos a responsabilidade de um maior esforço de convergência para o objetivo ser alcançado já na primeira década. Um objetivo que temos de compatibilizar com o custo da energia para as famílias e para as empresas”, assumiu.
Para António Costa, as energias renováveis “são uma aposta central, nas quais será necessário investir”. O secretário-geral do PS recordou que o custo das alterações climáticas “será certamente muito superior ao do investimento público nestas tecnologias”.
“Felizmente, hoje a tecnologia evoluiu e já conseguimos licenciar várias centrais de produção de energia solar sem qualquer tipo de subsidiação e é nessa lógica que temos de prosseguir”, concluiu o líder dos socialistas.