O Presidente angolano disse hoje que é altura de “arregaçar as mangas” e trabalhar nos campos, para alcançar a autossuficiência alimentar, anunciando que o Estado vai reaver as terras entregues, há décadas, a cidadãos que não as exploram.
João Lourenço, que discursava hoje na cidade do Lubango, capital da província da Huíla, onde inaugurou a Feira dos Municípios e Cidades de Angola (FMCA), referiu que a crise alimentar é global e Angola não é exceção.
“O momento é de arregaçar as mangas e de trabalhar mais, sobretudo no campo, com vista a alcançar a autossuficiência alimentar, aumentar e diversificar a gama de produtos de exportação”, referiu.
Segundo João Lourenço, é preciso tirar-se “o melhor proveito possível” da abundância e qualidade dos solos aráveis, do bom clima, dos imensuráveis recursos hídricos de que Angola dispõe e dos seus recursos humanos jovens, para transformar essa riqueza potencial em riqueza real.
“A crise é global e afeta todos, Angola não é uma exceção, contudo, o momento não é de lamentações e muito menos de apontar o dedo a quem quer que seja”, afirmou.
O chefe de Estado angolano salientou que chegou o momento de distribuir as terras há décadas em posse de cidadãos sem dar qualquer uso, “a quem esteja disposto a trabalhá-las, aos jovens que se encontram ociosos nas grandes cidades e queiram experimentar uma outra realidade, que vai dar mais dignidade às suas vidas”.
“Da nossa parte reiteramos o compromisso de continuar a desenvolver estratégias para criar um bom ambiente de negócios, diversificar a economia, aumentar a produção nacional, aumentar as exportações, reduzir as importações e aumentar a oferta de oportunidades e postos de trabalho”, sublinhou.
Ao setor bancário, o Presidente de Angola reiterou o apelo para colocarem “no centro das suas prioridades a necessidade premente do financiamento à economia real, sem que para tal seja necessário um aviso do regulador, porque sem o impulso da banca a economia não cresce”.
O Presidente angolano destacou ainda o papel crucial dos órgãos da administração local do Estado no desenvolvimento harmonioso do território nacional e na redução das assimetrias existentes.
“É nesses espaços territoriais que devemos promover a criação de uma rede de pequenas e médias empresas que no seu conjunto configuram uma plataforma integrada de troca de bens e serviços à escala nacional e continental”, observou João Lourenço, apelando aos governos provinciais e administrações locais para que impulsionem o desenvolvimento de acordo com realidade local, bem como potenciar os fatores de competitividade no seu território, promover as pequenas e médias empresas, tornando os seus municípios atraentes para o investimento privado.