A Comissão Distrital de Proteção Civil de Viana do Castelo manifestou esta quinta-feira a sua preocupação face à perda de um meio aéreo no dispositivo de combate a incêndios deste ano no Alto Minho.
A questão vai ser colocada da à Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) e ao Ministro da Administração Interna, segundo um comunicado divulgado esta tarde por aquela comissão, após uma reunião “para atualizar o ponto da situação da pandemia no distrito de Viana do Castelo e apresentar o Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais para 2020”.
“A notícia de que o Alto Minho vai perder um dos meios aéreos que tinha ao seu dispor desde 2010 deixa-nos a todos preocupados. Para além de inesperada, esta informação chega em contraciclo com as necessidades que aumentaram no terreno”, declarou o presidente daquela Comissão Distrital de Proteção Civil. “Se com dois helicópteros já não era fácil gerir um verão no Alto Minho, onde temos o pior índice nacional de bombeiros por número de ocorrências e onde a orografia, o clima e a população dispersa não ajudam, no contexto deste ano a situação pode piorar e era quando mais precisávamos de apoio aéreo”, refere Miguel Alves.
Segundo este responsável, “nos últimos dois anos a área ardida diminuiu muito mas, essa boa notícia do passado, é um péssimo prenúncio para este ano. Além disso, a pandemia condicionou a formação de novos bombeiros e a limpeza das matas e propriedades”. “Isto junto, com as dificuldades que sempre existiram com apenas um helicóptero operacional, criam um cenário de enorme preocupação para os agentes de Proteção Civil do Alto Minho”, acrescentou.
Além de resolver a questão do meio aéreo no seu dispositivo de combate, a região terá, de acordo com Miguel Alves, de “encontrar soluções para resolver o problema do elevado número de ocorrências noturnas em pleno verão”. “Desde 2014 até ao ano passado, a maioria das ocorrências de verão foram detetadas à noite, o que é bastante estranho. Num ano difícil como o de 2016, dois terços das ocorrências foram com lua. Só no ano passado conseguimos inverter a situação, mesmo assim, 40% das situações foram identificadas no período noturno”, informou.
O Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais para este ano, segundo o Comandante Operacional Distrital, Marco Domingues, conta com 12 corpos de bombeiros, 12 equipas de intervenção permanente e um total de 690 bombeiros. Conta ainda com uma Brigada de Reforço de Combate a Incêndios Florestais de Lisboa e estará no terreno durante três meses com o empenho de 26 equipas de Sapadores Florestais, uma equipa da Unidade Local de Covas, brigadas da AFOCELCA, a GNR e a PSP.
Conta com um helicóptero de ataque inicial que ficará localizado no Centro de Meios Aéreos dos Arcos de Valdevez ao cuidado da Unidade de Emergência de Proteção e Socorro da GNR, que contará com 5 veículos e 40 operacionais.