Ministro do Ambiente diz que não está previsto dinheiro comunitário para construir novas barragens e centrais de dessalinização.
A falta de água no Algarve é o “novo normal” com que a região tem de viver. Os cenários prospectivos apontam para um défice dos recursos hídricos na ordem dos 60 milhões de metros cúbicos daqui por 30 anos. “Não vale a pena multiplicar barragens quando não há água”, diz o ministro do Ambiente, Pedro Matos Fernandes, considerando que o problema se resolve com um Plano de Eficiência Hídrica. Os autarcas reivindicam a construção de mais duas barragens – uma ribeira de Monchique, outra na Foupana. A primeira está posta de parte, por questões ambientais, a segunda não passa de uma hipótese de estudo e a dessalinização não está incluída no pacote dos 228 milhões de euros dos fundos comunitários
O presidente da Comunidade Intermunicipal do Algarve – Amal, António Pina, insiste na necessidade da construção de mais uma “barragem ou açude” na ribeira de Monchique. “Aquela água que cai na ribeira não pode ser desperdiçada”, afirmou o autarca durante a apresentação do Plano de Eficiência Hídrica (PEH), na quarta-feira na Universidade do Algarve. “Desperdiçar água não é deixar a água correr para o mar. Se há coisa mais normal do mundo é a água correr para o mar”, respondeu o ministro, lembrando: “Se a água falta nos ecossistemas, sofrem todas as espécies e nós também”. A advertência deixou os autarcas incrédulos quanto ao futuro do turismo – uma actividade que tem nos campos de golfe – regados com a captação de água subterrânea – a sua imagem de marca.