Associação britânica de produtores de aves propõe ao Governo que abra exceções às restrições de viagens devidas à covid-19 para terem mais de 1000 trabalhadores sazonais da Polónia ou República Checa, sob o risco de haver roturas no Natal ou de os preços da carne de perú dispararem
Os produtores de aves no Reino Unido estão a pressionar o Governo britânico para abrir exceções às restrições de viagens impostas com a covid-19, nomeadamente a obrigatoriedade de se fazerem quarentenas por 14 dias, e poderem contar com trabalhadores sazonais de países da Europa de leste, sob pena de haver roturas nos abastecimentos de carne de perú durante o período do Natal ou de os seus preços dispararem.
A proposta avançada ao Governo pela associação britânica dos produtores de aves (British Poultry Council) é a de que haja isenção de restrições de viagens a pelo menos 1000 trabalhadores que habitualmente vêm da Polónia, Roménia, Hungria, Bulgária ou República Checa, especializados na depenagem, corte e outras áreas específicas do processamento da carne de perú, às quais a mão de-obra do país não consegue responder.
O pedido foi feito com caráter de urgência, alegando os agricultores britânicos que precisam destes trabalhadores até ao fim de outubro, de forma a ter a produção preparada e a carne de perú pronta a consumir no período do Natal.
“Os trabalhadores sazonais no sector da produção de perú são vitais para abastecer as tradicionais mesas de Natal em Inglaterra e este sector não sobrevive sem ter acesso a mão-de-obra fora do Reino Unido”, frisou Richard Griffiths, diretor executivo do British Poultry Council (BPC), ao jornal “The Guardian”.
Segundo o responsável da associação britânica de produtores de aves, estes trabalhadores têm normalmente contratos de dois meses, e, se forem obrigados a cumprir quarentenas de 14 dias após chegar ao Reino Unido, acabarão por não se deslocar para o país, mesmo estando garantidas condições de segurança nos alojamentos com a pandemia covid-19.
Cerca de 9 milhões de perús são habitualmente criados no Reino Unido para abastecer o Natal no país e, segundo o responsável da associação britânica de produtores, sem estes trabalhadores externos especializados na depenagem e corte de carne, corre-se o risco de haver falhas no mercado no período mais festivo.
“O Governo tem de assegurar que a carne britânica, e a qualidade que representa, se mantém num preço aceitável e acessível a todos“, afirma, ainda, Richard Griffiths.