A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) comunicou hoje que vai ajudar o Uganda a tornar o seu setor florestal mais sustentável através do financiamento de 15 milhões de euros da União Europeia.
A iniciativa quinquenal ‘Cadeias de Valor Sustentáveis à Base de Madeira no Uganda’, que será implementada pela FAO, “tem como objetivos assegurar o fornecimento sustentável de madeira legal vinda de florestas plantadas, aumentar a capacidade de transformação e a procura de produtos de madeira no mercado e melhorar a disponibilidade e o acesso a financiamento a preços acessíveis”, segundo se explica no comunicado.
De acordo com a FAO, as florestas do Uganda estão cada vez mais em risco devido à invasão, à desflorestação, ao corte ilegal de madeira e à degradação florestal.
“Em 1990, quase um quarto do território do Uganda era floresta, mas em 2017 essa percentagem tinha diminuído quase para metade, para apenas 13%”, referiu.
“A União Europeia orgulha-se do seu compromisso permanente de investir significativamente no desenvolvimento da indústria florestal comercial do Uganda”, referiu o embaixador da UE no Uganda, Jan Sadek, citado no comunicado.
De acordo com Sadek, ao dar impulso aos esforços de colaboração da ‘Parceria Florestal Equipa Europa’, e ao fornecer financiamento suplementar para a transformação e comercialização de produtos de madeira, “a UE está empenhada em promover o crescimento de um setor robusto e sustentável que prospere tanto a nível ambiental como comercial”.
O projeto pretende aumentar a qualidade e o valor das florestas plantadas através da promoção de melhores práticas e de instalações de transformação mais eficientes, que, por sua vez, acrescentarão mais valor à matéria-prima da madeira, explicou a FAO.
“Isto é essencial para incentivar a manutenção e a expansão dos ativos florestais, melhorando simultaneamente os meios de subsistência”, referiu.
De acordo com o representante da FAO no país, Antonio Querido, citado no comunicado, “esta iniciativa visa libertar o potencial dos recursos florestais do Uganda para contribuir de forma mais sustentável para o crescimento económico inclusivo, os esforços globais para enfrentar a crise climática e a perda de biodiversidade e para promover a capacitação económica das mulheres”.
Um outro objetivo salientado no comunicado é o de conseguir “economias de escala através da agregação de um maior número de pequenos agricultores e transformadores de madeira do país”.
O acesso a financiamento acessível para as pequenas e médias empresas do setor da madeira é outro desafio que a iniciativa procura resolver, através de medidas como o fornecimento de literacia financeira, apoio consultivo à gestão empresarial e melhores ligações ao setor financeiro, declarou.
À medida que a procura de produtos de madeira aumenta a nível nacional e regional, é “económica e ambientalmente crucial para o Uganda desenvolver uma cadeia de valor sustentável baseada na madeira que possa ajudar o país na transição para uma economia neutra em termos de carbono”, indicou.
Uma das formas de se combater a insustentabilidade é o combate ao comércio ilegal de madeira, que provoca “perdas substanciais de receitas fiscais e contribui para a desflorestação”, disse.
Em 16 de março, a Comissão Europeia declarou que destina cerca de 346 milhões de euros para as populações da África Oriental e Austral afetadas por conflitos de longa duração na região dos Grandes Lagos, bem como as pessoas deslocadas devido a fenómenos meteorológicos extremos e a conflitos armados no Sudão, Sudão do Sul, Uganda, Madagáscar, Moçambique e Corno de África (Djibuti, Etiópia, Quénia e Somália).