O ministro da Agricultura da África do Sul, John Steenhuisen, afirmou hoje que a agricultura é a base da segurança alimentar e nacional e não deve ser ignorada nas conversas do G20.
“A África do Sul propôs-se a garantir que a agricultura ocupe o lugar que lhe cabe no centro e no coração da agenda do G20”, declarou John Steenhuisen, acrescentando que “a agricultura não pode ser relegada para segundo plano”, porque “é a base da segurança alimentar, da estabilidade dos meios de subsistência e da segurança nacional”.
Segundo o ministro, a África do Sul, que exerce atualmente a presidência rotativa do grupo, estabeleceu quatro prioridades no domínio da agricultura: “tornar os mercados mais inclusivos, capacitar as mulheres e os jovens, promover a inovação e a transferência de tecnologia e reforçar a resiliência climática”.
“Em matéria de inovação e tecnologia, a nossa presidência tem colaborado estreitamente com os nossos parceiros globais para garantir que a investigação e a ciência se traduzam em ferramentas práticas que os agricultores possam realmente utilizar”, salientou.
As conversas entre os especialistas do setor até agora “permitiram harmonizar as linhas de investigação com a adoção prática, criando novas fórmulas para oferecer culturas resistentes à seca, irrigação de precisão e sistemas de aconselhamento digital”.
John Steenhuisen sublinhou que “a inovação deve ser acessível e inclusiva para os pequenos agricultores, que devem ser participantes ativos e não recetores passivos”, destacando que a “resiliência climática” é um “pilar fundamental da sustentabilidade agrícola”.
“As alterações climáticas são a maior ameaça para a agricultura no mundo e são os agricultores, em particular os produtores de subsistência e os pequenos produtores, que sentem o impacto de forma mais direta”, alertou.
O ministro defendeu ainda o envio de “uma mensagem clara e inequívoca de que a agricultura é fundamental para a prosperidade, a resiliência e a sustentabilidade”.
Espera-se que durante a reunião, que se realiza até esta sexta-feira na Cidade do Cabo, África do Sul, seja adotada uma declaração ministerial sobre segurança alimentar mundial, após a reunião do G20 centrada neste tema, que teve lugar no Cairo, capital do Egito, no início de setembro.
A África do Sul assumiu a presidência rotativa do G20 a 01 de dezembro de 2024 e irá mantê-la até 30 de novembro deste ano, quando passará o testemunho aos Estados Unidos.
O Presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, já havia sinalizado no ano passado que a segurança alimentar seria uma das “prioridades de alto nível” durante o seu mandato à frente do grupo, seguindo a abordagem definida pelo país que ocupou a presidência anterior do G20, o Brasil, para acabar com a fome e a pobreza.