Um novo estudo analisa o metano (CH₄), considerado, juntamente com o vapor de água e o dióxido de carbono, um dos gases com maior impacto no efeito de estufa, salientando que o seu papel nas alterações climáticas ainda não está totalmente compreendido. O seu efeito de aquecimento continua a ser alvo de debate, sobretudo consoante o método de medição utilizado (como o GWP100 versus o GWP*). Desde 1750, os níveis de metano quase triplicaram. Com o intuito de enfrentar esta realidade, foi lançada a iniciativa Global Methane Pledge (GMP) durante a COP26, em 2021, estabelecendo como meta uma redução de 30% nas emissões globais de metano até 2030. No entanto, países como a China, a Índia e a Rússia — grandes emissores — não aderiram ao compromisso, o que implica que os países signatários terão de reduzir as suas emissões em 60% para que o objetivo global seja atingido.
Uma parte significativa das emissões de metano provém de ruminantes, responsáveis por cerca de 20% das emissões globais. Em países como a Nova Zelândia, Irlanda e Brasil, a pecuária é a principal fonte de emissões, tornando-se assim um alvo estratégico para medidas de mitigação. No entanto, as ferramentas científicas para rastreio e modelação do metano ainda estão em fase de desenvolvimento. Embora os dados de satélite e os modelos avançados tenham aumentado a sua disponibilidade nos últimos anos, os dados in situ atualmente existentes não permitem identificar com precisão as fontes e os consumidores de metano. Os modelos também revelam discrepâncias consideráveis, sugerindo que a redução das emissões pode não se traduzir, de forma direta, numa diminuição dos níveis atmosféricos. Alguns investigadores propõem que a dinâmica do metano é não-linear e está sujeita a processos atmosféricos complexos. Assim, estratégias futuras de mitigação poderão ter de ultrapassar os modelos de emissão convencionais para melhor compreender e intervir nestes sistemas complexos.
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Fonte: APIC