O Secretário Regional da Agricultura e Desenvolvimento Rural apelou ontem, na Horta, ao consumo de produtos produzidos na Região, de forma a trazer benefícios para os Açores.
“Podemos todos contribuir para a criação de emprego, fixar jovens, contrariar o despovoamento, combater as alterações climáticas, ajudar o ambiente e diminuir a dependência alimentar do exterior, se consumirmos agroalimentos produzidos na nossa Região”, destacou António Ventura.
O governante, que falava na Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores, na apresentação do Programa do XIII Governo dos Açores, afirmou que o setor primário “precisa e merece dar um passo em frente”, nomeadamente através da “investigação, da inovação e da competitividade.”
Relativamente à estratégia para o setor, o Secretário Regional explicou que “pressupõe uma visão de futuro, assente numa agricultura mais sustentável, mais diversificada e adaptada às nossas condições edafoclimáticas, contribuindo para a progressiva autonomia alimentar.”
Nesse sentido, anunciou um plano agrorural para cada ilha, mas integrado numa lógica de complementaridade regional.
“Vamos melhorar o nosso grau de autoabastecimento alimentar. A riqueza de um país ou Região também se mede pela sua capacidade de produzir alimentos”, declarou.
Segundo António Ventura, o Executivo açoriano pretende “criar emprego no âmbito da economia rural, através do Programa Rural Açores Jovem.”
O titular da pasta da Agricultura e Desenvolvimento Rural anunciou a criação do Conselho Científico para a Inovação Agroalimentar, como forma de apostar na “investigação, na experimentação e no aconselhamento rural”.
“Vamos ter formação profissional em agricultura, economia rural e sustentabilidade ambiental, com recurso a estruturas do ensino regular e de formação especializada, atentas às necessidades formativas em cada ilha”, sustentou.
O investimento público em infraestruturas, com financiamento da União Europeia, será também uma aposta do Executivo açoriano para o setor, reforçando “a manutenção e gestão dos caminhos de acesso às explorações, do abastecimento de água e da eletrificação através de programas de responsabilidade partilhada entre o Governo e as autarquias locais.”
Segundo o Secretário Regional, a diversificação produtiva é também uma prioridade, e deve contemplar “a fruticultura, a horticultura, a floricultura, o mel, a silvicultura, a produção de carne, a produção de leite e a vitivinicultura.”
Para o Governo Regional, é imprescindível também a reivindicação de um POSEI ajustado à realidade Açoriana e de uma PAC que afirme de forma jurídica, política e institucional o Estatuto de Região Ultraperiférica.
“É tempo de os apoios comunitários aos agricultores serem pagos sem demagogias ou interpretações dúbias. Eles são um direito e não um favor. Eles são um pagamento pelas nossas escolhas enquanto cidadãos desta Europa unida e não uma esmola ou uma benesse de qualquer governo”, concluiu o governante.