As vendas totais estão já acima do período pré-pandemia, mas o envelhecimento dos viticultores, a falta de mão de obra e a distribuição da riqueza são desafios a ter em conta
Alterações climáticas, envelhecimento populacional, falta de mão de obra ou uma distribuição mais equitativa da riqueza gerada são alguns dos desafios com que se defronta o Douro, a mais antiga região demarcada do mundo, que está a comemorar 265 anos. As vendas de vinho, e em especial do vinho do Porto, o mais afetado em 2020 pela pandemia, e a falta de turistas superam já as de 2019, mesmo com o mercado nacional ainda 30% abaixo. Mas é o futuro que mais preocupa os principais atores da região.
Gilberto Igrejas, presidente do Instituto dos Vinhos do Douro e Porto (IVDP), e o representante da tutela na região, aponta a necessidade de tornar o Douro mais sustentável, através da distribuição de riqueza ao longo de toda a fileira produtiva, como o grande desafio a ultrapassar. “Não basta sermos a primeira região demarcada do mundo, é preciso aportar mais valor e torná-la ainda mais sustentável para o futuro. É preciso valorizar aqueles que tão arduamente trabalham a vinha”, defende.
A este propósito, Gilberto Igrejas lembra a Declaração pela Sustentabilidade do Douro assinada, no final de julho, no Congresso Douro e Porto 2021, por 33 instituições da região, incluindo os municípios e centros de saber, que se comprometeram a produzir “estratégias e políticas para o desenvolvimento economicamente viável, ecologicamente correto e socialmente justo” do Douro. Um documento que não foi subscrito nem pela produção, nem pelo comércio, mas que constitui, diz o presidente do IVDP, um “compromisso dos decisores políticos com aqueles que desenvolvem a atividade no território”.
Além disso, o IVDP está a desenvolver trabalhos em cooperação com Espanha, França, Itália e Alemanha precisamente […]