O Eurodeputado do PSD Paulo do Nascimento Cabral defendeu, na Comissão da Agricultura e do Desenvolvimento Rural do Parlamento Europeu, no âmbito da apresentação do Relatório sobre “O Estado da Saúde Animal no Mundo em 2025”, da responsabilidade da Organização Mundial da Saúde Animal (WOAH), que “a saúde animal é a saúde de todos. De facto, defendo esta abordagem de “Uma Só Saúde (“One Health”)”, reafirmando, assim, a necessidade de se enquadrar a saúde animal numa perspetiva holística, na certeza de que o que afeta os animais, especialmente no contexto da pecuária, que acaba por chegar à alimentação humana.
Durante a sua intervenção, Paulo do Nascimento Cabral questionou a ausência da saúde animal na arquitetura institucional europeia, referindo que “a saúde animal é crucial também para a saúde pública, segurança alimentar, comércio internacional, equilíbrio e ecossistemas. Por isso, a saúde animal também deveria fazer parte do Conselho Europeu para a Agricultura e a Alimentação (“European Board on Agriculture and Food”)”, pois quer a saúde humana, quer a ambiental já fazem parte.
O Eurodeputado Social-democrata chamou ainda a atenção para o avanço de doenças de elevado impacto, referindo “a expansão de doenças como a peste suína africana, a língua azul, entre outras. Destaco que ainda recentemente, em Portugal, no Alentejo, foram detetados mais de 1400 casos de língua azul, o que demonstra claramente que estamos de numa situação difícil, não obstante os esforços das entidades responsáveis”.
Paulo do Nascimento Cabral defendeu, por conseguinte, o reforço dos mecanismos de prevenção e de resposta imediata. Nesse contexto, sublinhou “a necessidade de apostarmos e reforçarmos aquilo que é o trabalho dos nossos gabinetes veterinários e serviços veterinários nacionais e regionais, e também o princípio de DIVA (Differentiating Infected from Vaccinated Animals – Diferenciação entre animais vacinados e infetados), distinguindo os animais que são vacinados e os outros animais, para garantirmos confiança ao nível da comercialização”, relembrando que “não temos fronteiras” e acrescentando ainda que “a vacinação tem de ser uma prioridade acompanhada de campanhas de sensibilização e de informação para evitarmos o bloqueio na aceitação de carne e de animais que sejam vacinados”, de modo a prevenir restrições injustificadas à circulação de animais e de produtos de origem animal no mercado.
Por fim, Paulo do Nascimento Cabral alertou para as consequências desproporcionadas resultantes da retirada de substâncias ativas essenciais, ao afirmar que “tal como no setor vegetal, o setor animal também tem sido prejudicado pela retirada de determinadas substâncias ativas. No caso de Portugal, a retirada de 44 substâncias ativas até 2030 tem um impacto de 510 milhões de euros. E questiono qual é a visão sobre a retirada destas substâncias ativas na saúde animal para o futuro?”, considerando que existem cada vez menos ferramentas para os agricultores e produtores para lidarem com estas doenças e de proteção dos animais.
Fonte: Gabinete do Eurodeputado Paulo do Nascimento Cabral