A Estratégia Nacional de Combate ao Desperdício Alimentar (ENCDA 2025+) estará a partir de hoje e por um mês em consulta pública, informou o Governo, que convida a uma grande participação.
Em comunicado, o Ministério da Agricultura e do Mar convida “todos os cidadãos, instituições e agentes do setor agroalimentar a contribuírem para a construção de uma resposta mais eficaz e colaborativa no combate ao desperdício alimentar”.
No Dia Internacional da Consciencialização sobre Perdas e Desperdício Alimentar, o Ministério destaca, ao divulgar a consulta pública, que Portugal reafirma o compromisso de combater o desperdício alimentar e a meta de reduzi-lo em 50% até 2030, tanto no retalho como no consumo, e diminuir perdas em toda a cadeia agroalimentar.
A educação da população escolar e a mobilização da sociedade civil “assumem-se como prioridades, já que crianças e jovens são agentes fundamentais da mudança, promovendo novos comportamentos de consumo responsável e sustentável”, lê-se no comunicado.
A ENCDA 2025+ pretende fortalecer a colaboração entre todos os elos da cadeia alimentar, e colocar o consumidor no centro das soluções, com o apoio de autarquias, escolas e operadores agroalimentares.
“Reduzir o desperdício alimentar é uma responsabilidade coletiva, que exige o envolvimento ativo de todos — famílias, autarquias, setor privado, organizações da sociedade civil e comunidades educativas. Educar desde cedo para o consumo responsável é investir num futuro mais sustentável e justo”, disse, citado no comunicado, o ministro da Agricultura e Mar, José Manuel Fernandes.
A consulta pública decorre até dia 30 de outubro.
Em abril de 2018, o Governo de então aprovou a ENCDA e respetivo Plano de Ação, com base numa proposta da Comissão Nacional de Combate ao Desperdício Alimentar.
Dados recentes divulgados pelo INE indicam que cada português desperdiça por ano 182,7 quilos de alimentos.
Em 2023 desperdiçaram-se em Portugal 1,9 milhões de toneladas de alimentos e os principais “culpados” foram as famílias, com 66,8 desse desperdício atribuído a elas.
O comércio e distribuição foi responsável pelo desperdício de 12% do total, a restauração, hotelaria e similares de 11,5%, a produção primária por 6,8% e a indústria por 2,9%.