A Agência Dinamarquesa de Proteção Ambiental retirou oficialmente a aprovação de 23 pesticidas que continham substâncias ativas relacionadas com PFAS, devido a preocupações com a contaminação das águas subterrâneas.
A decisão de proibir os PFAS na Dinamarca baseia-se num recente estudo do Serviço Geológico da Dinamarca e Gronelândia, que confirmou que estes produtos se degradam em ácido trifluoroacético (TFA), uma substância altamente persistente que ultrapassa o limite de segurança da União Europeia (UE) de 0,1 microgramas por litro em águas subterrâneas.
Esta medida representa um passo significativo no esforço mais alargado do governo para proteger o ambiente e a saúde pública dos efeitos de longo prazo dos químicos PFAS, frequentemente designados por “químicos eternos” devido à sua resistência à degradação natural.
Os 23 pesticidas agora proibidos eram amplamente usados na agricultura dinamarquesa e incluíam substâncias ativas como fluazinam, fluopyram, diflufenican, mefentrifluconazol e tau-fluvalinato.
No seu conjunto, estas substâncias representaram cerca de 28% do impacto ambiental e de saúde relacionado com o uso de pesticidas na Dinamarca em 2023. Só no último ano foram aplicadas quase 190 mil toneladas destes químicos na agricultura dinamarquesa.
Atualmente, a Agência Dinamarquesa de Proteção Ambiental está a avaliar mais 10 pesticidas que poderão ser igualmente retirados do mercado. A decisão final deverá ser conhecida até ao final de setembro. Se a proibição for confirmada, o total de pesticidas removidos ascenderá a 33, todos devido ao seu potencial de formação de TFA.
Para sete pesticidas sem alternativas viáveis, foi dado um período de transição até 15 meses. Para outros dois produtos com substitutos disponíveis, a retirada será concluída em seis meses — dois para cessar vendas e quatro para cessar a utilização.
A proatividade da Dinamarca coloca o país na linha da frente da UE no que respeita à gestão dos riscos agrícolas associados aos PFAS. Avaliações semelhantes estão em curso noutros países, nomeadamente na Suécia.
A Agência Dinamarquesa de Proteção Ambiental instou ainda a Comissão Europeia a lançar uma revisão abrangente das cinco substâncias ativas com PFAS que permanecem autorizadas, defendendo uma abordagem regulatória mais ampla para prevenir a poluição por TFA em toda a UE.
O artigo foi publicado originalmente em Vida Rural.