O candidato presidencial António José Seguro pediu hoje que se faça um pacto entre gerações sobre a prevenção de incêndios e o ordenamento das florestas, considerando que o Estado “não pode apenas reagir, tem de agir”.
Em declarações aos jornalistas na Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), em Oeiras, António José Seguro defendeu que os incêndios florestais e a devastação que provocam “não podem ser um novo normal que se repete todos os anos”.
“Nós precisamos de ter uma conversa séria sobre a melhor maneira de protegermos as nossas florestas e populações. Os relatórios e as propostas abundam e isso é um trabalho que tem de ser feito fora desta época – lá para outubro ou para novembro – e temos de encontrar um pacto entre gerações”, afirmou Seguro, após uma reunião com a Coordenação Nacional da Proteção Civil.
O candidato presidencial defendeu que, perante os incêndios florestais, o Estado “não pode apenas agir, tem de agir”.
“E temos de ter uma conversa sobre o ordenamento das nossas florestas, sobre o planeamento, a organização, a prevenção, sobre uma melhor articulação entre meios e recursos humanos”, referiu.
Questionado sobre o facto de estes apelos a uma maior estratégia de prevenção de incêndios serem periódicos e ocorrerem sempre em época de incêndios, António José Seguro defendeu que o papel do Presidente da República é precisamente o de “chamar a atenção para quando a opinião pública está menos atenta”.
“É no tempo de paz que se prepara a guerra”, referiu, salientando que já pediu uma reunião com a Proteção Civil opara outubro ou novembro para dar seguimento ao tema, frisando que o pacto que propõe visa garantir que Portugal tem “uma organização florestal que permita que os incêndios possam ocorrer o menos possível e, quando ocorrem, tenham áreas de contenção”.
O também ex-secretário-geral do PS deu o exemplo do incêndio de Penamacor, na semana passada, salientando que deflagrou “de um momento para o outro” e, “em 24 horas, arderam mais de três mil hectares de floresta, atingindo libertação de energias que os meios humanos e aéreos possam combater”.
“Portanto, nós temos de pôr o foco na prevenção e a prevenção não é só ter vigilância, não é só ter meios para combater os incêndios, é tentar evitar que haja o número de incêndios, sobretudo com esta extensão e, depois, com a devastação que tem”, defendeu, frisando que o objetivo é evitar que, como “acontece todos os anos”, perante a possibilidade de tragédias, se coloquem “só as mãos para que haja um milagre”.
“Isto tem de acabar e temos de nos pôr de acordo sobre isto”, defendeu.
António José Seguro salientou que o papel do Presidente da República, neste contexto, é o de “conseguir criar as condições para que haja este pacto de geração” para defender a floresta nacional.
“Isso faz-se com tempo nos gabinetes, tentando juntar as boas vontades e, sobretudo, as pessoas que, sobre esta matéria, têm um pensamento e têm já relatórios produzidos”, disse.
Além deste apelo a um pacto intergeracional, António José Seguro deixou ainda um pedido aos portugueses para que evitem, esta semana, comportamentos que possam provocar incêndios, como acender fósforos ou cigarros, salientando que o clima está a criar “condições propícias para incêndios”.
“Se todos nós tivermos consciência do perigo que aí está, todos nós podemos ser responsáveis por defender vidas e património”, disse.
O candidato presidencial agradeceu ainda “às mulheres e aos homens, aos bombeiros, pessoas da Proteção Civil” e a quem está no terreno por estarem a dar “o seu melhor, muitas das vezes pondo em risco a sua própria vida”, para salvar outras vidas e o património nacional.