O Sindicato Independente das Florestas, Ambiente e Proteção Civil (SinFAP) exigiu hoje uma ação urgente para acabar com a desigualdade salarial entre os profissionais da Proteção Civil e da Defesa da Floresta que têm funções, riscos e responsabilidades equiparadas.
Esta discrepância não só é injusta, como compromete a motivação, a coesão e a estabilidade das equipas operacionais, desvalorizando o trabalho de muitos e afastando potenciais novos profissionais destas áreas vitais, afirma em comunicado divulgado hoje.
“A proteção de pessoas e bens não pode assentar em desigualdades gritantes que fragilizam o espírito de missão e comprometem a eficácia operacional”, avisa, salientando que a solução está nas mãos do Governo e das entidades competentes.
O sindicato defende que é urgente legislar no sentido de garantir uma justa valorização salarial, criando uma base equitativa e homogénea de remuneração para todos os profissionais que atuam no terreno, que considera uma exigência de justiça social e um investimento direto na resiliência nacional.
No combate a incêndios rurais, na resposta a eventos meteorológicos extremos, na prevenção de riscos ou na salvaguarda de pessoas, bens e território, participam num mesmo teatro de operações Sapadores Florestais, Bombeiros, Vigilantes da Natureza, Sapadores Bombeiros Florestais, além de Operadores de Telecomunicações da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, todos considerados imprescindíveis para o sucesso das missões.
Contudo, alerta o sindicato, apesar de partilharem missões, riscos e exigências funcionais semelhantes, estes profissionais vivem uma realidade profundamente desigual, existindo trabalhadores que não chegam aos mil euros de remuneração mensal, enquanto outros, no mesmo contexto e com funções comparáveis, ultrapassam esse valor.
Esta falta de equiparação salarial é um problema estrutural que afeta a sustentabilidade futura destas carreiras, avisa o SINFAP, salientando ser cada vez mais difícil atrair e reter profissionais qualificados, para garantir uma resposta eficaz a crises que, cada vez mais, exigem especialização, dedicação e coordenação institucional.
Para o sindicato, a valorização dos trabalhadores operacionais da Proteção Civil e Florestas é um passo incontornável para garantir que Portugal vai continuar a contar com equipas motivadas, competentes e preparadas para enfrentar desafios cada vez mais exigentes da proteção de pessoas, bens e território.