O Eurodeputado Paulo do Nascimento Cabral interveio na Comissão da Agricultura e do Desenvolvimento Rural do Parlamento Europeu, numa sessão de troca de pontos de vista com a Comissão Europeia focada nas consequências das tarifas impostas pelos Estados Unidos, em que alertou para os riscos decorrentes da atual tensão comercial transatlântica e da consequente penalização para os setores agrícola e vitivinícola. “Preocupa-me, obviamente, esta situação especulativa e as relações transatlânticas com um parceiro e aliado de sempre, que são os Estados Unidos. Também me preocupa muito este impacto no setor agrícola, mas também no setor da maquinaria agrícola e vitivinícola, que têm sido já afetados ainda antes da imposição de qualquer tarifa”, referiu.
Paulo do Nascimento Cabral considerou que “a abordagem da UE tem sido bastante acertada”, sublinhando a aposta nas “negociações, e diversificação dos acordos comerciais”, e colocando algumas questões à Comissão, no sentido de “perceber se estes acordos que têm sido estabelecidos incidem sobre áreas em que a União Europeia irá perder e em áreas ou produtos que importamos ou exportamos para os Estados Unidos ou não?”. Na ocasião, referiu também o acordo com o “Mercosul em que depois de seis meses do anúncio, nada aconteceu até agora, e ainda está em tradução, supostamente…”, bem como a questão do “reforço do mercado interno”, sublinhando que ”os estudos indicam que, por exemplo, as barreiras regulatórias entre Estados Membros representam muito mais do que as tarifas de Trump”.
O Eurodeputado do PSD levantou ainda uma questão sobre as consequências comerciais da possível perda dos Estados Unidos como destino de exportação e os impactos do possível redirecionamento de exportações de países terceiros para a União Europeia: “Gostaria que a Comissão explicasse sobre a forma como pretende lidar com este excesso de produção que nós possamos ter se perdermos aqui o destino de exportação Estados Unidos, mas também perceber como é que nós poderemos lidar, ou vamos lidar, com um possível desvio de mercadorias de países terceiros que antes exportavam para os Estados Unidos e agora olham para a União Europeia como uma possível parceria comercial, e agora destinatário preferencial, o que irá criar pressão sobre o nosso mercado interno”.
Por fim, com vista a compreender o impacto das tarifas por setor e os próximos passos da Comissão no que diz respeito à agricultura, questionou “sobre qual a avaliação de impacto que foi feita pela Comissão sobre esta situação das tarifas, setor a setor, e que medidas concretas é que a Comissão equaciona colocar para defender também o setor agrícola na União Europeia”.
Fonte: Gabinete do Eurodeputado Paulo do Nascimento Cabral,