De 1990 até 2021, as áreas florestais portuguesas deram um contributo positivo para a remoção de gases com efeito de estufa em 27 dos últimos 32 anos analisados. A exceção vai para 1990, 2003, 2005, 2016, 2017 e 2018. Nesses anos, devido aos incêndios – dos quais resultam valores elevados de biomassa queimada –, a floresta acabou por gerar mais emissões do que aquelas que foi capaz de remover da atmosfera.
Os dados integram o Relatório Nacional de Inventário 2023 (NIR – National Inventory Report), que reporta os indicadores portugueses às autoridades europeias e revela: em 2021, as emissões GEE em Portugal totalizaram 56,5 Mt CO2 eq, valor que se reduz para as 50,5 Mt CO2 eq se considerarmos as remoções (6 Mt CO2 eq) conseguidas pelo sector LULUCF – Uso do Solo, Alterações do Uso do Solo e Floresta.
As áreas florestais foram responsáveis por um sequestro médio anual de 5,58 Mt CO2 eq entre 1990 e 2021, valor que se reduz para uma média de 2,84 Mt CO2 eq (emissões líquidas) se forem consideradas outras fontes de emissões relacionadas com a floresta, principalmente a queima de biomassa associada aos incêndios.
Em 2021, o CO2 removido pela floresta portuguesa foi de 4,86 Mt CO2 eq, quantidade que diminui significativamente, para os 2,24 Mt CO2 eq (remoções líquidas), quando são consideradas outras fontes emissoras relacionadas com as áreas florestais (a queima de biomassa é, também, a principal em 2021).
Em termos líquidos, as zonas de prados e matos arbustivos (2,82 Mt CO2 eq), florestas (2,24 Mt CO2 eq) e áreas de cultivo (1,58 Mt CO2 eq) aportaram os maiores contributos para a remoção de carbono, em 2021, de entre os vários elementos integrados no sector LULUCF.
O artigo foi publicado originalmente em Florestas.pt.