A associação ambientalista Zero criticou hoje a política agrícola portuguesa, considerando-a pouco ambiciosa e defendeu o fim dos apoios à “grande agroindústria”.
Em comunicado, a Zero assinala que o gabinete de planeamento e políticas do Governo nem se quer aproximar da meta europeia de consagrar 25% da superfície agrícola à agricultura biológica até 2030, ficando-se pelo objetivo de 12%, apesar de o Observatório Nacional de Produção da Produção Agrícola defender que a estratégia nacional neste setor deve ser revista este ano.
“A grande agroindústria já tem acesso a mecanismos de financiamento e facilidades na competição em vários mercados. Os apoios públicos devem centrar-se nos pequenos negócios de transformação ligados a circuitos curtos e a formas de economia circular”, defende a Zero.
A associação nota ainda que depois de questionar o Ministério da Agricultra sobre as práticas biológicas e aplicação da Política Agrícola Comum, concluiu que os apoios públicos vão continuar a ir para “grandes grupos económicos e grandes proprietários rurais”.
Para a Zero, isso significa manter uma “baixa ambição que vai consolidar os sistemas agroalimentares insustentáveis que hoje dominam a agricultura portuguesa”.
No Plano Estratégico para a Política Agrícola Comum português, a Zero defende medidas como o fim de subsídios a “situações de injustiça laboral” para garantir que “os apoios não acentuam iniquidades”.
Pede ainda que se acabem os “incentivos à intensificação pecuária” para não estarem a alimentar “pressões ambientais e climáticas.