Dados do ICNF apontam para uma redução, nos últimos dez anos, de 76% da população da águia-caçadeira, 50% da abetarda e 49% do sisão.
A associação ambientalista Zero apresentou uma queixa à Comissão Europeia, por causa do declínio das aves estepárias no país, que dizem estar “à beira do colapso”. Os ambientalistas responsabilizam a “gestão desastrosa dos fundos para a agricultura” e a ausência de planos de gestão para as Zonas de Protecção Especial (ZPE) onde estas espécies existem, para a situação actual. O Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) já reagiu.
É precisamente com base nos dados fornecidos pelo ICNF, sobre três destas espécies, que a Zero decidiu avançar com a queixa por “violação da directiva Aves e por má gestão dos fundos europeus destinados à agricultura”, diz a associação em comunicado. Os números apontam para uma redução, nos últimos dez anos, de 76% da população da águia-caçadeira (85% só no Alentejo), 50% da abetarda e 49% do sisão. “De salientar que estas espécies têm a maior parte da sua população no Alentejo e estão muito dependentes da manutenção do mosaico de rotação de sequeiro do cereal-pousio, tendo sido designadas 13 ZPE com vista à sua conservação”, lembra a Zero.
O problema, avalia a associação, é que estas ZPE, além de não terem ainda planos de gestão, têm “áreas reduzidas” e “não existem muitas áreas contíguas onde se promovam culturas de cereais que proporcionem espaços de interligação” entre elas. E isto tem relação com o outro grande problema identificado pela Zero – a política agrícola seguida nestes territórios.
A associação afirma que os apoios do Instituto de Financiamento da Agricultura e Pescas para incentivar os agricultores a proteger estas espécies são “irrelevantes” ou nem sequer […]
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