Um estudo, realizado na Austrália e publicado na revista Weed Science, revelou que o controlo elétrico de ervas daninhas na viticultura pode ser tão eficaz como o uso de herbicidas ou métodos mecânicos, apresentando riscos mínimos para as culturas, solo e ambiente.
“Demonstrámos, pela primeira vez, que o controlo elétrico de ervas daninhas na viticultura tem uma eficiência comparável à dos herbicidas”, afirmou Catherine Borger, investigadora principal no Departamento de Indústrias Primárias e Desenvolvimento Regional da Austrália Ocidental, e coautora do estudo.
E continua: “o controlo elétrico de ervas daninhas será particularmente importante para produtores que enfrentam problemas crescentes de resistência aos herbicidas e para os agricultores que praticam agricultura biológica”.
O estudo, intitulado “Electric weed control—how does it compare to conventional weed control methods?”, foi conduzido durante os anos de 2022 e 2023 em vinhas situadas na região de Yallingup, na Austrália Ocidental.
As experiências recorreram a um trator equipado com a máquina de controlo elétrico de ervas daninhas Zasso™ XPower, que inclui uma unidade de fornecimento de energia de 36 kW montada na traseira e um aplicador XPS em cada lado, com seis conjuntos de elétrodos por aplicador.
Entre as vantagens apontadas pelas investigadoras para o uso desta tecnologia estão a ausência de resíduos químicos nos alimentos e no ambiente, a eliminação da necessidade de esperar por períodos sem chuva após a aplicação, a não existência de desvios em condições de vento, bem como a ausência de resistência química e de impactos em vegetação vizinha ou cursos de água.
No entanto, as cientistas alertam também para algumas desvantagens, nomeadamente a lenta velocidade de aplicação e um consumo elevado de combustível.
Esta investigação foi também a primeira a avaliar, de forma quantitativa, o risco de incêndio associado ao controlo elétrico de ervas daninhas. Os testes realizados em vinhas durante a primavera na Austrália (setembro), que é o período mais comum para a gestão de ervas daninhas na viticultura daquela região, não registaram qualquer ocorrência de incêndio.
Com base nestes resultados, os investigadores concluíram que a utilização desta tecnologia durante o inverno e a primavera apresenta um risco mínimo de incêndio, sendo considerada segura nessas estações. No entanto, desaconselham o seu uso no verão e no outono, quando a vegetação seca e as temperaturas elevadas podem aumentar significativamente o risco de incêndio.
O artigo foi publicado originalmente em Vida Rural.