O presidente do Governo dos Açores considerou, esta quarta-feira, “inevitável” que os parceiros da fileira do leite se entendam, sublinhando que, apesar de não poder intervir nos preços, não vai prescindir de avaliar os “efeitos do investimento público”.
Vasco Cordeiro diz que se coloca o “desafio de reforçar esta compreensão”, porque “não há alternativa ao entendimento” entre a produção, transformação e comercialização, sendo um “erro crasso” para qualquer destes parceiros pensar que, “salvando-se a si, deixando cair os outros, pode triunfar”.
O líder do executivo açoriano, que falava em Santa Cruz da Graciosa, na abertura dos trabalhos do Conselho Regional da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural, frisou que estes agentes da fileira do leite “estão condenados a entenderem-se, a cooperar”.
Para o governante, se é certo que o seu executivo não pode fixar preços de venda, o que “seria desadequado”, há “algo que o Governo Regional não pode prescindir” de fazer, como seja considerar os “efeitos dos investimento apoiados com verbas públicas”, a par do acompanhamento das relações entre estes autores do setor, que devem “privilegiar a busca de caminhos comuns” e “soluções efetivas”.
“Nenhuma das partes, obviamente, está à vontade para fazer, porventura, o que gostaria de fazer, uma vez que há constrangimentos e é essencial que cada um compreenda os constrangimentos do outro” e “faça o máximo do seu esforço quanto à capacidade de fortalecer este setor”, declarou o líder do governo socialista.
Vasco Cordeiro disse que o seu executivo vai “recorrer naturalmente aos instrumentos ao seu dispor”, que se prendem com uma “orientação do investimento público que privilegia uma ou outra parte”, alertando que o Governo Regional “não pode estar alheio à forma” como as verbas que se afeta a um determinado setor “são rentabilizadas, utilizadas e mobilizadas, transcendendo o efeito” de que cada uma das parcelas.
Destacando que o “trajeto de sucesso” até hoje realizado do setor nos Açores não “garante o futuro”, Vasco Cordeiro considerou ser necessário ter em consideração como “questões centrais” a competitividade e valorização dos produtos do setor dos laticínios, a par da definição do custo de produção do litro do leite, racionalização da atividade e rendimento disponível.
Vasco Cordeiro considerou que, no mercado da carne, apesar do “aumento exponencial” do abate do gado entre 2015 e 2018, há que “deixar mais valor nos Açores”, meta que compreende o investimento que o Governo Regional está a realizar na rede de abate.