Trinta e duas cerejas do Fundão foram vendidas esta terça-feira por 350 euros num leilão solidário que conquistou um dos maiores preços de sempre para este fruto e que marcou o início da campanha deste ano.
A ação foi organizada pela Câmara do Fundão, no distrito de Castelo Branco, e as cerejas foram arrematadas por um empresário que está a investir naquele concelho, sendo que o valor angariado é para ajudar a Associação de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental do Fundão (APPACDM) a construir uma nova estrutura residencial.
Apresentado em duas caixas (cada uma com 16 unidades), o lote único teve como base de licitação 100 euros e contou com vários lances que, em pouco mais de um minuto, fixaram o preço em 350 euros, o que dá mais de dez euros por cada uma daquelas cerejas.
Carlos Alegria, empresário que está a construir a Central de Biomassa do Fundão, foi quem arrematou as cerejas e sublinhou que o mais importante é ajudar uma instituição do setor social, com a vantagem de contribuir para a valorização da cereja.
“É com muito gosto que estamos a apoiar uma causa solidária e depois estamos a falar de cerejas únicas”, afirmou em declarações à agência Lusa, referindo-se ao calibre acima da média das cerejas que irá partilhar com a família.
Colhidas num pomar da localidade do Catrão, freguesia de Vale Prazeres, estas cerejas tinham um calibre de 34/36 e são de uma variedade oriunda do Canadá que está a ser introduzida em alguns pomares novos ou replantados na região, explicou Luís Pinto, diretor comercial da Cerfundão.
Além do tamanho, o valor conquistado também impressionou e provavelmente até poderia ser inscrito no “Guiness Book”, como destacou o presidente da Câmara do Fundão, Paulo Fernandes.
“É seguramente mais um momento que representa a valorização de uma marca que tanto tem feito pela nossa agricultura e pela região”, afirmou.
O autarca sublinhou ainda o “orgulho” e felicidade por esta ação de responsabilidade social ter contribuído não só para apoiar uma instituição da cidade como para promover junto de diferentes públicos a marca “Cereja do Fundão”.
Segundo acrescentou, as previsões deste ano apontam para que a produção no concelho chegue às sete mil toneladas, isto se as condições meteorológicas não provocarem estragos.
“À partida vamos ter um ano bom e eu espero que isso signifique um bom preço pago aos produtores”, referiu, salientando também a “reconhecida” qualidade da cereja.
Ao longo destes meses, a autarquia também vai manter a aposta na promoção da marca “Cereja do Fundão” e produtos associados, com várias ações em mercados tradicionais em diferentes pontos do país, bem como a tradicional Festa da Cereja em Alcongosta (concelho do Fundão) ou uma iniciativa a realizar em França.
O Fundão tem atualmente cerca de 2.000 hectares de pomares de cerejeiras, área que tem vindo a crescer e que leva a que este concelho seja considerado uma das maiores zonas de produção de cereja a nível nacional.
De acordo com um levantamento feito pela autarquia, a fileira da produção de cereja neste concelho, que inclui subprodutos e negócios associados, já representa mais de 20 milhões de euros por ano na economia local.