Tribunal Europeu tolera destrui��o marinha Decisão do Tribunal Europeu amea�a a vida marinha selvagem dos A�ores
As organizações ambientalistas internacionais Greenpeace, Seas at Risk e WWF estáo desiludidas com a decisão do Tribunal Europeu de Primeira Instancia anunciada hoje no Luxemburgo, de não serem tomadas medidas de protec��o das �guas mar�timas � volta das Ilhas dos A�ores (1) do crescimento massivo de pesca comercial na regi�o. O tribunal decidiu refor�ar a decisão de 2003 do Conselho de Ministros � abertura de um dos ecossistemas do fundo do mar mais bem preservados da Europa � pesca por frotas de todos os membros da União Europeia (2). Antes desta decisão, apenas embarca��es do A�ores e algumas de Portugal continental podiam pescar naquelas �guas.
A Greenpeace, a Seas at Risk e a WWF t�m apoiado e feito interven��es de refor�o ao caso trazido ao Tribunal Europeu de Primeira Instancia pela Regi�o Aut�noma dos A�ores. O caso pedia ao tribunal para revogar uma decisão do Conselho que permite o acesso indiscriminado por parte de barcos de todos os países da UE, sem limites � actividade e sem restrições no tipo de t�cnica usada para a pesca numa área que � �nica ao nível. do ecossistema selvagem do fundo do mar.
"As popula��es dos A�ores pescaram nesta área ao longo de várias gera��es sem esgotar os stock ou sem destruir o meio ambiente, através do uso exclusivo de embarca��es de pequenas dimens�es e de m�todos de pesca tradicionais. As pescas mais sustent�veis estáo agora amea�adas por competi��o de barcos de pesca industriais. Em apenas dois anos j� são cerca de 140 embarca��es autorizadas a pescar nas �guas dos A�ores" disse Stephan Lutter do WWF.
"N�s estamos desiludidos que o Tribunal chegasse � conclusão de que o caso apresentado pelos A�ores e por diversas ONGAs não tenha sido devidamente considerado. A consequ�ncia � que a vida marinha dos A�ores continuar� vulner�vel ao aumento da pressão das pescas", acrescentou M�nica Verbeek da Seas at Risk.
As tr�s organizações ambientalistas estáo preocupadas com o facto da decisão de 2003 que garante o acesso de grandes frotas pesqueiras da UE, ter significado um aumento prejudicial da pressão das pescas nesta área. Se por um lado o Conselho de Ministros aboliu a pesca de arrasto na regi�o em 2004 (3), a pesca com palangre, para a captura de espadarte, tem aumentado desde 2003. Esta t�cnica de pesca está ligada � pesca acidental de tartarugas e tubar�es. Desde 2003 que v�rios milhares de tartarugas comuns (Caretta caretta), que se reproduzem e alimentam nas �guas dos A�ores, foram mortas por barcos da UE e o aumento do n�mero de licen�as de pesca na regi�o ao longo dos �ltimos anos vai continuar a acentuar este problema.
"A decisão do Tribunal considerou em primeiro lugar aspectos legais, e não ambientais. � crucial que Espanha e qualquer outro Estado Membro que tenha embarca��es de pesca na área fa�am uma avalia��o imediata do impacto das suas actividades individuais de pesca nos ecossistemas marinhos em torno dos A�ores, diz Saskia Richartz, da Greenpeace. "A menos que possam provar que não h� impactos negativos, estes países devem proibir as suas embarca��es de pescar em redor dos A�ores."
A 23 de Junho, o Conselho de Ministros adoptou regras a serem aplicadas �s pescas de profundidade em certas áreas marinhas, as quais requerem que as embarca��es levem observadores a bordo e que os Estados Membros fa�am avalia��es pr�vias de impacto antes de autorizarem actividades em �guas profundas (4). Para j� estas regras não abrangem as �guas a�orianas, contudo as organizações ambientalistas recomendam a sua aplica��o imediata.
Contexto
(1) Os A�ores são o arquip�lago mais isolado no Atl�ntico Nordeste e formam parte da dorsal meso-atl�ntica. Com uma profundidade média de 3000 metros, as �guas que circundam os A�ores cont�m vastas cordilheiras de montanhas submersas – montes submarinos -, corais de profundidade e fontes hidrotermais de origem vulc�nica que são raras em �guas europeias. A regi�o alberga uma vasta gama de biodiversidade marinha, e � especialmente vulner�vel a actividades de pesca intensiva, como o arrasto. As especies comerciais de profundidade nos A�ores vivem durante muitos anos e reproduzem-se lentamente, pelo que até uma pressão pesqueira moderada pode amea�ar seriamente os stocks.
(2) A decisão do Conselho que foi contestada em Tribunal foi a adop��o do Regulamento do Conselho n� 1954/2003/CE de 4 de Novembro de 2003 sobre a gestáo do esfor�o de pesca em certas áreas comunitárias, modificando o Regulamento n� 284793/CE e anulando os regulamentos n� 685/95/CE e 2027/95/CE
(3) Regulamento do Conselho n� 1568/2005/CE de 20 de Setembro de 2005, emendando o Regulamento n� 850/98/CE no que diz respeito � protec��o de recifes de corais de profundidade contra os efeitos da pesca em certas áreas do Oceano Atl�ntico
(4) A 23 de Junho de 2008, o Conselho adoptou um Regulamento sobre a protec��o de ecossistemas marinhos vulner�veis em mar alto contra os impactos negativos de artes de pesca de fundo, baseado numa proposta da Comissão Europeia (COM(2007)605).
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Apontadores relacionados: |
Artigos |
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Agronotícias (01/07/2008) – UE/Pescas: Governo a�oriano vai recorrer até Setembro da decisão do Tribunal Europeu contra redu��o ZEE
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Agronotícias (01/07/2008) – UE/Pescas: Tribunal europeu de primeira inst�ncia rejeita queixa apresentada dos A�ores contra redu��o da ZEE
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S�tios |
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Greenpeace Portugal
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WWF Portugal
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Fonte: Greenpeace |
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