Previsões não apontam para recuperação de níveis normais de água até ao fim de setembro. Próximas medidas de resposta à seca vão ser discutidas pela APA a nível regional, a começar, esta quarta-feira, no Algarve. Restrições a rega, lavagens e enchimento de piscinas são algumas das medidas em cima da mesa para poupar água.
A produção de eletricidade nas barragens destinadas primariamente a abastecimento humano e paradas no início do mês só deverá ser retomada quando a cota voltar aos níveis históricos normais, o que a esta altura não está previsto que possa acontecer no presente ano hidrológico. Segundo o i apurou, esta é a estratégia em cima da mesa na Agência Portuguesa do Ambiente e tanto as previsões do Instituto Português do Mar e como a monitorização de recursos hídricos feita pela APA aponta que, mesmo com chuva nos próximos meses, não será suficiente para reverter a situação de seca no imediato e repor os níveis das albufeiras em níveis normais de segurança ao longo dos próximos meses.
Por exemplo em Castelo de Bode – onde a água recuperou 18 centímetros desde o nível mínimo atingido no início da semana passada (106,12 m), mas continua no nível mais baixo desde 2001 – implicará a cota subir para cerca de 116 m, estando atualmente nos 106,30 m. Ou seja, pelo menos 10 metros, nível em que já não está desde setembro.
Também no Alto Lindoso, a barragem mais produtiva em termos elétricos, a água tem estado a subir a uma cadência melhor desde que foi suspensa a produção de eletricidade no início de fevereiro, mas a cota estava esta segunda-feira, segundo os dados do Sistema Nacional de Informação de Recursos Hídricos, nos 291,32m, quando há um ano, sem seca, estava nos 335,63, sendo que no verão costuma andar pelos 313.
Em ambos os casos, as cotas estão acima do nível crítico que garante abastecimento para dois anos, mas não por muito: em Castelo de Bode, já com margem para algum pico de necessidade e se for preciso voltar a aumentar caudal ecológico (reduzido a 12 de fevereiro a um quinto), a cota mínima […]