Incêndios cada vez mais intensos estão a testar os limites do combate aos mesmos. Relatório da OCDE demonstra que é preciso mais aposta na prevenção e na adaptação às alterações climáticas.
O que está por detrás da cada vez maior incidência de grandes incêndios florestais? É uma pescadinha de rabo na boca: as alterações climáticas tornam os fogos florestais mais intensos; estes incêndios cada vez mais difíceis de controlar estão a libertar cada vez mais gases com efeito de estufa para a atmosfera, reforçando o aquecimento global que torna os eventos climáticos mais intensos. Pelo meio, a acção humana continua a não ajudar: segundo um relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), apresentado esta quinta-feira, a actividade humana – que já se sabe que está na origem das emissões que causam as alterações climáticas – é o principal gatilho da ignição de incêndios florestais, sendo responsável por quase 70% da área total queimada a nível global.
Portugal foi um dos seis países que serviu de base à análise do relatório “Gestão dos incêndios florestais no contexto das alterações climáticas”, onde se refere, por exemplo, que “determinadas práticas agrícolas e florestais também aumentam o risco de incêndios florestais, conforme evidenciado em 2017 em Portugal, onde o eucalipto não nativo forneceu combustível altamente inflamável”.
Na apresentação do relatório, que teve lugar na 8.ª Conferência Internacional de Incêndios Florestais, que decorre no Porto, a neozelandesa Jo Tyndall, directora da OCDE para a área do Ambiente, sublinhou a necessidade de “repensar as nossas práticas”. As alterações climáticas estão a trazer novos padrões aos fenómenos de fogos – mais frequentes, mais intensos e com uma época de incêndios cada vez mais longa em vários locais -, o que significa que é preciso acelerar a prevenção, que já deveria estar a acontecer a todo o vapor, e também processos de adaptação.
Na apresentação do relatório, o francês Walid o do que acontecia no passado”, nota Oueslati, alertando que estas mudanças colocam cada vez mais limites no combate aos fogos. “É […]