As autoridades da Federação Russa avisaram hoje que só se manterão no acordo para a exportação de cereais a partir dos portos ucranianos depois de 18 de julho, se forem levantadas as sanções sobre as exportações dos seus fertilizantes.
Em comunicado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros russo declarou hoje que, “a menos que se cumpram estes requisitos, em principio não vai haver extensão da Iniciativa do Mar Negro e o acordo vai ser rescindido depois de 17 de julho deste ano”.
Assim, a Federação Russa exigiu aos EUA, Reino Unido e União Europeia – a quem acusou de só estarem “verbalmente preocupados com a segurança alimentar – que retirem as sanções impostas à exportação de fertilizantes russos, incluídos também no acordo para a exportação de produtos agrícolas a partir dos portos ucranianos.
Mesmo assim, a diplomacia russa exigiu a reintegração do Banco Agrícola Russo (Rosselkhozbank) no sistema de pagamentos internacionais SWIFT, o fornecimento de peças sobresselentes e o desbloqueio da logística agrícola, o descongelamento de ativos de empresas russas e a reabertura da conduta de amoníaco, que liga Toliatti, no centro da Federação Russa, a Odessa, no sudoeste da Ucrânia.
O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, anunciou na quarta-feira que, juntamente com autoridades russas e ucranianas, tinha chegado a um acordo para prolongar por mais dois meses o acordo para a exportação de cereais ucranianos e fertilizantes russos pelo Mar Negro.
Em diversas ocasiões, as autoridades russas têm-se manifestado críticas do acordo, por considerarem que as exportações dos seus fertilizantes não estão a decorrer como se tinha definido no acordo original, de julho de 2022.
Este assunto foi mesmo um dos principais problemas durante as negociações de há dois meses, quando a ONU, a Turquia, a Federação Russa e a Ucrânia conseguiram no limite uma extensão do acordo, que estava em vias de expirar. Na altura, a ONU adiantou que o prolongamento do acordo era por 120 dias, mas a Federação Russa contrapôs que era por 60 dias.