A Syngenta apresentou recentemente o Rifit, herbicida de uma nova família química para gestão das infestantes na cultura do arroz, e o Amistar Top, fungicida indicado para controlo das duas principais doenças que afetam os arrozais nacionais – a Piriculariose e a Helmintosporiose.
As novas soluções foram apresentadas pela empresa num evento que decorreu em Alcácer do Sal, no passado dia 10 de abril, e que reuniu 100 orizicultores e técnicos de agrupamentos de produtores de arroz das várias regiões produtoras para debater os problemas fitossanitários que afetam a cultura.
“Entre as infestantes que mais preocupam os orizicultores encontram-se as milhãs, o arroz bravo, a orelha-de-mula, a heteranthera e as ciperáceas. Todas elas causam importantes perdas na cultura devido à sua competição com as plantas de arroz por nutrientes, solo e água, e podem levar à depreciação da qualidade do arroz entregue na indústria, sempre que não seja realizada uma limpeza adequada do produto para eliminar as sementes de infestantes”, explica a Syngenta.
António Jordão, técnico superior da Direção Regional de Agricultura e Pescas do Centro e especialista da cultura do arroz, foi um dos oradores presentes e partilhou alguma práticas que podem ajudar a prolongar a eficácia dos herbicidas no controlo dos infestantes, nomeadamente, “adequar o tipo de herbicida às infestantes presentes na parcela a tratar; controlar as infestantes junto a valas e marachas; escolher as parcelas de arroz com menor pressão de infestantes quando se pretenda guardar semente para a campanha seguinte; eliminar totalmente as sementes de infestantes dos lotes de semente de arroz, de modo a minimizar a multiplicação de infestantes resistentes aos herbicidas.”
“Recorde-se que 74% dos herbicidas que se aplicam em Portugal na cultura do arroz pertencem aos grupos químicos A e B, aos quais algumas infestantes já desenvolveram resistências. O Rifit é uma boa ferramenta para uso numa estratégia anti resistências, em uso alternado com herbicidas de outras famílias químicas”, explicou também Gilberto Lopes, field expert da Syngenta.
De acordo com a Syngenta, as doenças foliares do arroz, causadas por fungos, como a Piriculariose e a Helmintosporiose, são atualmente um problema que afeta todas as bacias produtoras, desde o Mondego, ao Tejo, Sorraia e Sado. “O ano de 2018 foi disso prova, com os orizicultores do Tejo-Sorraia a registarem perdas de produção da ordem dos 40% a 50%, em grande parte provocadas por ataques de fungos”, explicou ainda Vítor Rouxinol, produtor e consultor de 5000 hectares de arroz nesta região.
“A Piriculariose e a Helmintosporiose antes eram um problema mais circunscrito ao Mondego, mas o ano passado veio provar que devem ser encaradas pelos orizicultores de todo o país de forma séria e não como um problema secundário. Em 2018 a virulência dos fungos foi tão elevada e o seu avanço tão rápido que não permitiu aos orizicultores atuarem de forma preventiva, perdendo por isso grande parte da produção”, defendeu ainda o produtor.