[Fonte: Syngenta] A Syngenta e duas das maiores empresas agrícolas nacionais – Elaia e Grupo Ortigão Costa – firmam protocolos de colaboração para promover as boas práticas agrícolas e a sustentabilidade ambiental nas culturas do olival, frutos secos e tomate indústria.
Os acordos foram assinados a 13 de Junho, na Feira Nacional de Agricultura em Santarém, durante o evento “Biodiversidade e Agricultura, uma aliança necessária: 10 anos de Operation Pollinator”.
O protocolo firmado entre a Elaia e a Syngenta prevê a colaboração entre as duas empresas na promoção de ações conjuntas contribuindo para uma gestão sustentável dos olivais, nos domínios da preservação da água, do solo e da biodiversidade. A Elaia é um projeto de referência mundial na olivicultura moderna que explora mais de 12.000 hectares no Alentejo dedicados à produção de azeitona para azeites de alta qualidade, com grande respeito pelo meio ambiente.
Visando o incremento da biodiversidade nas herdades da Elaia serão instaladas margens multifuncionais com plantas vivazes nas bordaduras dos olivais, para atrair insetos polinizadores e artropodes auxiliares. As misturas de sementes que compõem estas margens multifuncionais foram desenvolvidas pela Syngenta no âmbito do projeto Operation Pollinator. Adicionalmente, a Syngenta reforçará o conhecimento técnico da equipa da Elaia com ações de divulgação de boas práticas para a proteção da água, solo e biodiversidade.
Para a Elaia «a assinatura deste protocolo com a Syngenta é muito importante na medida em que materializa a visão comum de uma agricultura produtiva com grande respeito pelo meio ambiente. Em concreto, esperamos com este protocolo reforçar o nosso compromisso com o meio ambiente, promovendo a biodiversidade e a proteção do solo e das águas nas nossas herdades», afirma Isabel Ribeiro, responsável de Desenvolvimento de Negócio da Elaia.
O protocolo estabelecido entre a Syngenta e as empresas do Grupo Ortigão Costa prevê a contribuição de ambas as empresas para a criação de um Centro de Excelência em Pulverização para a cultura do Tomate de Indústria, em parceria com o Centro Operativo e Tecnológico Hortofrutícola Nacional, no sentido de desenvolver ações de formação para uma gestão sustentável da cultura do tomate de indústria, tendo por objetivo uma maior eficiência no uso de produtos fitofarmacêuticos por via de uma melhoria das condições de pulverização, tanto ao nível dos equipamentos e da sua utilização, como da qualidade da água de pulverização.
Nos frutos secos, o protocolo abrange a promoção da biodiversidade através da instalação de margens multifuncionais nas bordaduras nos amendoais e nogueirais do grupo Ortigão Costa no Alentejo, com monitorização regular da evolução da entomologia local e ações de formação de boas práticas agrícolas desenvolvidas pela Syngenta.
Para o Grupo Ortigão Costa «esta colaboração com a Syngenta e o COTHN, envolvendo entidades com competências complementares, reveste-se da maior importância relativamente ao nosso compromisso com a sustentabilidade, numa perspetiva de produzir mais e melhor, reduzindo o uso de inputs agrícolas e o impacto no meio ambiente. Esperamos poder vir a obter resultados interessantes que sejam referência para o setor e permitir ganhos de eficiência significativos», afirma Tiago Costa CEO Agribusiness Grupo Ortigão Costa.
10 Anos Operation Pollinator em Portugal
Os protocolos foram assinados a 13 de Junho, na Feira Nacional de Agricultura em Santarém, durante o evento “Biodiversidade e Agricultura, uma aliança necessária: 10 anos de Operation Pollinator”, que reuniu várias dezenas pessoas num debate sobre este tema. Entre os oradores estiveram Eduardo Oliveira e Sousa, presidente da Confederação dos Agricultores de Portugal, João Onofre, membro da Direção Geral de Agricultura da Comissão Europeia, António da Paula Soares, presidente da ANPC- Associação Nacional de Proprietários Rurais Gestão Cinegética e Biodiversidade, Rui Barreira, especialista em Conservação da Natureza da ANP em associação com a WWF, João Casaca, Secretário-Geral da Federação Nacional dos Apicultores de Portugal, Clarisse Boto, agrónoma da Vitacress, e José Palha, agricultor.
Esteve patente no evento uma exposição fotográfica de espécies de insetos polinizadores silvestres que foram monitorizados e identificados ao longo dos últimos 10 anos no âmbito do Operation Pollinator na Península Ibérica, alguns dos quais não se encontravam no território ibérico há muito tempo, como é o caso da borboleta Parnasius Apolo. Os autores das fotografias são entomólogos que participaram neste projeto desde o seu início: Luis Óscar Aguado, especialista em Entomologia, Alberto Fereres e José Dorado, do Instituto de Ciências Agrárias de CSIC e Germán Canomanuel, especialista em Sustentabilidade na Syngenta.
A Syngenta premiou cinco entidades pioneiras na implementação do Operation Pollinator em Portugal: as empresas agrícolas Sogrape, Frutoeste e Vitacress, a Estação Agrária de Viseu e a Escola Superior Agrária do Instituto Politécnico de Castelo Branco.
O Operation Pollinator é um programa internacional para o incremento da biodiversidade nos campos agrícolas. O OP baseia-se no estabelecimento de habitats específicos – margens multifuncionais – para insetos polinizadores em zonas agrícolas, que permitam criar alimento e refúgios naturais para estes auxiliares e que fomentam a presença de outros artrópodes úteis como predadores e parasitóides.
Em parceria com centros de investigação e universidades, a Syngenta estudou as espécies autóctones de plantas aromáticas e herbáceas mais indicadas para usar nas margens multifuncionais, e selecionou a mistura de sementes ideal para que estes corredores verdes se mantenham floridos durante a maior parte do ano, atraindo os polinizadores que aí encontram condições para se fixar, alimentar e reproduzir-se. As sementes são fornecidas pela empresa portuguesa Fertiprado e usadas em todas as explorações agrícolas da Península Ibérica que participam no Operation Pollinator.
As margens multifuncionais são corredores verdes, com 1,5 m a 5 m de largura, que alternam com as culturas agrícolas, ou podem ser instaladas em zonas marginais das parcelas agrícolas, ocupando em geral 2% a 6% da área da exploração. É realizado um estudo prévio e planificação das espécies florais mais adequadas a cada região ou ecossistema.
Felisbela Torres de Campos, responsável de Registo e Assuntos Corporativos da Syngenta em Portugal, destacou «os inúmeros benefícios dos 10 anos de implementação do Operation Pollinator para a proteção e preservação da natureza, com impacto positivo nos ecossistemas e na Agricultura Portuguesa» e revelou que «um dos próximos objetivos da Syngenta é levar este projeto às cidades, como já foi feito em Inglaterra, esperamos muito em breve conseguir implementar o OP na cidade de Lisboa».
Na Península Ibérica este programa já ajudou a incrementar a biodiversidade em 16.257 hectares de terrenos agrícolas e a nível mundial já totaliza 6,4 milhões de hectares beneficiados. O Operation Pollinator faz parte do The Good Growth Plan, o plano de compromissos da Syngenta para com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU.