A Syngenta acaba de lançar o Rifit, herbicida de uma nova família química para gestão das infestantes mais difíceis na cultura do arroz, e o Amistar Top, fungicida indicado para controlo das duas principais doenças que afectam os arrozais nacionais: a piriculariose e a helmintosporiose.
As novas soluções da Syngenta para a cultura do arroz foram apresentados em Alcácer do Sal, a 10 de Abril, perante uma plateia de 100 orizicultores e técnicos de agrupamentos de produtores de arroz das várias regiões produtoras que debateram os problemas fitossanitários que afectam esta cultura.
Entre as infestantes que mais preocupam os orizicultores encontram-se as milhãs, o arroz bravo, a orelha-de-mula, a heteranthera e as ciperáceas. Todas elas causam importantes perdas na cultura devido à sua competição com as plantas de arroz por nutrientes, solo e água, e podem levar à depreciação da qualidade do arroz entregue na indústria, sempre que não seja realizada uma limpeza adequada do produto para eliminar as sementes de infestantes.
António Jordão, técnico superior da Direcção Regional de Agricultura e Pescas do Centro e especialista da cultura do arroz, aconselhou algumas práticas que podem ajudar a prolongar a eficácia dos herbicidas no controlo das infestantes: adequar o tipo de herbicida às infestantes presentes na parcela a tratar; controlar as infestantes junto a valas e marachas; escolher as parcelas de arroz com menor pressão de infestantes quando se pretenda guardar semente para a campanha seguinte; eliminar totalmente as sementes de infestantes dos lotes de semente de arroz, de modo a minimizar a multiplicação de infestantes resistentes aos herbicidas.
O Rifit, resultante da investigação da Syngenta, é um herbicida selectivo com actividade residual e um novo modo de acção que controla algumas das principais infestantes, incluindo as mais difíceis. É formulado com uma nova substância activa na Europa para arroz – o Pretilaclor – que garante o controlo das infestantes nos períodos de maior sensibilidade da cultura. O produto deve aplicar-se em pós-emergência, à dose de 2 L/hectare, em solo com humidade e inundar o solo assim que possível após a aplicação.
António Jordão considera que «o Rifit, por pertencer a uma nova família química (grupo K3) nunca antes usada em Portugal na cultura do arroz, pode vir a ser uma solução interessante para controlo das infestantes, uma vez que é aconselhável alternar herbicidas de diferentes grupos químicos para evitar resistências das infestantes, um fenómeno cada vez mais relatado pelos orizicultores portugueses».
«Recorde-se que 74% dos herbicidas que se aplicam em Portugal na cultura do arroz pertencem aos grupos químicos A e B, aos quais algumas infestantes já desenvolveram resistências. O Rifit é uma boa ferramenta para uso numa estratégia anti-resistências, em uso alternado com herbicidas de outras famílias químicas», explicou Gilberto Lopes, field expert da Syngenta.
Doenças foliares do arroz – um problema que afeta todas as bacias produtoras
As doenças foliares do arroz causadas por fungos, com destaque para a piriculariose e a helmintosporiose, são actualmente um problema que afecta todas as bacias produtoras, desde o Mondego, ao Tejo, Sorraia e Sado. O ano de 2018 foi disso prova, com os orizicultores do Tejo-Sorraia a registarem perdas de produção da ordem dos 40% a 50%, em grande parte provocadas por ataques de fungos, relatou Vítor Rouxinol, produtor e consultor de 5.000 hectares de arroz nesta região.
Em sua opinião, as novas variedades de arroz que se cultivam actualmente em Portugal e a práticas culturais mais intensivas (densidade de sementeira elevada, fertilização azota excessiva, etc), quando aliadas a condições climatéricas propícias, tornam a cultura do arroz mais susceptível a doenças foliares. «A piriculariose e a helmintosporiose antes eram um problema mais circunscrito ao Mondego, mas o ano passado veio provar que devem ser encaradas pelos orizicultores de todo o País de forma séria e não como um problema secundário. Em 2018 a virulência dos fungos foi tão elevada e o seu avanço tão rápido que não permitiu aos orizicultores actuarem de forma preventiva, perdendo por isso grande parte da produção», explicou este produtor.
Neste sentido, Vítor Rouxinol aconselha a realizar tratamentos fungicidas preventivos: «sempre que haja condições propícias ao desenvolvimento de doenças, a aplicação dos produtos deve ser posicionada na fase final de encanamento até ao início do emborrachamento das plantas de arroz, e se necessário repetir o tratamento 15 a 20 dias depois, de preferência com pulverização terrestre e um volume de calda de 200L/hectare», recomendou.
A nova solução apresentada pela Syngenta, o Amistar Top, é um fungicida sistémico que se destaca pela sua acção preventiva. É formulado em mistura pronta à base de azoxistrobina (200g/L) e difenoconazol (125 g/L), com dois modos de acção distintos, que actuam de forma sinérgica no controlo da maioria dos fungos que afectam a cultura do arroz, incluindo a piriculariose e a helmintosporiose. É o único fungicida homologado para a cultura do arroz em Portugal que combina substâncias activas de duas famílias químicas diferentes, ideal para combater as resistências.
A azoxistrobina inibe a respiração dos fungos, com uma actividade preventiva, curativa e anti-esporulante, distribuindo-se por movimento translaminar nos tecidos das plantas. O difenoconazol inibe o crescimento dos fungos, com excelente eficácia curativa inicial e actividade anti-esporulante, apresentando movimento sistémico no xilema das plantas, protegendo as folhas desde o interior e em ambas as páginas.
O Amistar Top deve aplicar-se de forma preventiva no início dos períodos de risco das doenças que afectam a cultura do arroz, à dose de 1L/hectare, com no máximo duas aplicações por ano e um intervalo mínimo de 14 dias entre aplicações. Este fungicida desenvolvido pela Syngenta mantém as folhas do arroz verdes por mais tempo, evitando a rápida senescência da parte aérea das plantas, e contribui para aumentar o peso específico do grão e o rendimento industrial do arroz.
«Tanto o Rifit como o Amistar Top são lançamentos englobados na estratégia da Syngenta que disponibiliza ao produtor de arroz as ferramentas tecnológicas mais avançadas. O Rifit é um marco no controlo das infestantes com problemas de resistências. Graças à sua formulação e ao seu poder residual permite actuar nos estados primários da cultura, mantendo-a livre da competição por nutrientes gerada pelas infestantes. Por outro lado, o Amistar Top é o único fungicida de aplicação foliar com dois modos de acção diferentes e complementares na cultura do arroz. O controlo dos fungos criptogâmicos implica o uso de moléculas eficazes, mas também uma estratégia sustentável que previna fenómenos de resistência. O Amistar Top fornece ao agricultor uma solução de presente e para o futuro que lhe permite atingir todo o potencial produtivo do arroz», conclui Miguel Clavijo, gestor de portfólio de soluções para culturas extensivas da Syngenta na Península Ibérica.