O atual panorama da agricultura intensiva e da sustentabilidade do setor são os principais temas do Congresso Ibérico de Ciências Hortícolas, que vai receber mais de 200 participantes em Coimbra, grande parte dos quais oriundos de diversas regiões espanholas. Tem lugar no Convento de São Francisco e decorre de amanhã até sábado.
A “intensificação” e a “sustentabilidade” e as estratégias de conciliar as duas questões na produção hortícola são o ponto crucial do setor.
José Alberto Pereira, da comissão científica do congresso diz que “tem de ser possível aliar a intensificação com a sustentabilidade”, considerando que a intensificação é necessária face a uma população “em crescendo e com necessidades específicas”, tendo atenção a questões como a fertilidade e a rega, os solos ou outras questões ambientais.
O evento conta com mais de 180 comunicações e são esperados mais de 200 participantes, numa iniciativa organizada pela Associação Portuguesa de Horticultura e a sua congénere espanhola.
“Uma dúvida, não tenho: os agricultores são a chave. Tem de se valorizar mais a atividade agrária e, muitas das vezes, pensar os agricultores como intervenientes de ecossistemas agrários que têm de ser ajudados”, realçou José Alberto Pereira.
De acordo com o docente, tem-se assistido a “uma viragem enorme na agricultura”.
Se antes era um setor “dominado por gente com idade e falta de especialização”, hoje há “muita gente nova a instalar-se no terreno, às vezes até fora do setor, que é muito mais aberta à inovação e à aplicação de conhecimentos”, notou.
Haverá ainda painéis dedicados à segurança alimentar, consumidores e rega e fertilização. O congresso termina no sábado com visitas técnicas a produtores da região.