O primeiro-ministro, António Costa, insistiu esta terça-feira, em Estrasburgo, que é urgente a União Europeia chegar a acordo sobre o próximo quadro financeiro plurianual 2021-2027, afirmando que seria “absolutamente inaceitável” acrescentar esse problema a um cenário já pouco animador.
“Seria absolutamente incompreensível que por nossa própria incapacidade coletiva acrescentássemos mais um problema àqueles que já devemos ter de enfrentar e não dependem de nós. Agora aqueles que dependem de nós, seria um erro adiar. Portanto, espero que no máximo na presidência croata se conclua esta primeira fase de por em marcha a primeira fase do quadro financeiro plurianual”, disse o líder do Executivo, aos jornalista.
À saída de uma reunião com o presidente do Parlamento Europeu, David Sassoli, Costa apontou que a série de encontros mantidos entre segunda-feira e terça-feira em Estrasburgo teve como objetivo abordar desde já os preparativos da presidência portuguesa da UE, no primeiro semestre de 2021 – “parecendo que não, falta só um ano”, observou -, mas também “algumas questões mais urgentes e prementes, como a necessidade de aprovação do novo quadro financeiro plurianual”, que constitua um bom acordo para a Europa e para Portugal.
“Este é um debate que vai prosseguir. Receio que não cheguemos a acordo no próximo Conselho [Europeu] de dezembro, mas seria muito mau para a Europa se deixássemos passar a presidência croata [no primeiro semestre de 2021] sem que houvesse um acordo final que nos permitisse desde já começar a trabalhar nos regulamentos e aquilo que permite assegurar uma transição entre os dois quadros”, declarou.
O chefe de Governo reforçou que, “para a economia europeia, seria péssimo que houvesse uma descontinuidade entre os dois quadros” – o orçamento plurianual ainda em vigor (2014-2020) e o de 2021-2027 -, tal como sucedeu nas negociações do anterior quadro financeiro.
“Nós tivemos essa experiencia há sete anos, sabemos bem o quanto isso comprometeu a recuperação económica portuguesa e, num momento em que a Europa se confronta com vários sinais que não são propriamente animadores, seria absolutamente incompreensível que por nossa própria incapacidade coletiva acrescentássemos mais um problema àqueles que já temo de enfrentar e que não dependem de nós”, afirmou.
António Costa aproveitou a ocasião para frisar ainda que o Parlamento Europeu tem uma “posição muito clara de não aceitar qualquer corte na coesão e na política agrícola”.
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