Angra do Heroísmo recebeu, no dia 2 de outubro, mais uma edição do Seminário “OS AGRICULTORES SÃO AMBIENTALISTAS” promovido pelo MAPA – Movimento, Ambiente e Produção Alimentar. Esta foi a terceira edição do Seminário, cujo debate pretende salientar o papel fundamental dos agricultores na preservação ambiental e na promoção da sustentabilidade na produção agrícola.
O seminário decorreu no Campus de Angra do Heroísmo da Universidade dos Açores e reuniu representantes do setor agrícola, especialistas, produtores e investigadores num fórum onde se dialogou e partilhou ideias relativamente à importância do mundo rural na defesa do ambiente e promoção de práticas de produção que contribuam para um futuro mais sustentável.
O MAPA – Movimento, Ambiente e Produção Alimentar, tem trazido para a mesa de debate a importância que os agricultores e produtores agrícolas assumem enquanto agentes e protetores do ambiente e da biodiversidade através da aplicação de práticas e medidas sustentáveis na agricultura.
A abertura do seminário contou com a participação do Mestre António Ventura, Secretário Regional da Agricultura e Alimentação, tendo prosseguido com a intervenção de Jorge Rita, Presidente da Federação Agrícola dos Açores. A professora Doutora Susana Mira Leal, Reitora da Universidade dos Açores, também participou da sessão de abertura que terminou com o discurso do Professor Doutor João da Silva Madruga, Vice-diretor do IITAA.
O seminário continuou com a exposição de Graça Mariano, a porta-voz do MAPA, que identificou os vários preconceitos que importam esclarecer, nomeadamente no que concerne à importância da composição nutricional da carne e de como o seu ferro heme permite uma maior disponibilidade para o homem quando comparado com o ferro dos alimentos de origem vegetal. Também o facto da vitamina B12 apenas surgir nos tecidos animais, parafraseando o autor do livro, “Razões para ser omnívoro: pela tua saúde e do planeta”, de Juan Pascal [veterinário espanhol]. Detalhou o objetivo do MAPA como entidade que pretende comunicar a uma só voz as boas práticas que se aplicam na cadeia alimentar.
O Professor Doutor Alfredo Borba, Investigador do IITAA e Presidente da FCAA realizou a primeira intervenção do debate e abordou o tema de forma abrangente, dando nota da importância do setor da carne na ilha terceira e no Arquipélago dos Açores de uma forma geral, da evolução que já houve, em relação às Boas práticas para mitigar o impacto do metano, sublinhando a importância da genética e da pastagem.
A Nutricionista Dra. Ana Maria Martins enalteceu a importância do consumo da carne ao longo da evolução do homem, o que permitiu o desenvolvimento cognitivo. Somos mais inteligentes porque os nossos antepassados comeram carne. Também, referiu a presença de nutrientes únicos e importantes na carne que fazem falta ao normal crescimento humano. Sublinhou a roda dos alimentos e que se deveria consumir os grandes grupos de alimentos pela proporção indicada na roda.
O debate prosseguiu com a intervenção do Engenheiro Sérgio Almeida, produtor, que referiu a importância da criação de animais na Ilha Terceira como foco também de interesse para a promoção do turismo, já que os animais são fundamentais para a manutenção da paisagem.
Já o Doutor Helder Nunes focou a discussão na investigação que tem feito em algas para mitigar a emissão de metano, referindo que, na verdade, os agricultores são gestores de carbono, pois apesar da criação de animais emitir metano, também existe sequestro de carbono, tal como acontece na fotossíntese, sendo uma atividade que emite, mas também sequestra, o que não acontece com mais nenhuma atividade emissora de metano.
Por último, o Professor Doutor Henrique Rosa, Investigador do IITAA e Docente da FCAA enalteceu a qualidade da carne dos Açores, tendo características especiais de nutrientes que são reconhecidas no mundo científico.
Fonte: MAPA