A rotação de culturas é “mais eficaz do que a monocultura” em termos de “produtividade, qualidade nutricional dos produtos e rendimento para os agricultores”, de acordo com um estudo internacional.
O estudo, coordenado pela Universidade Agrícola da China e com a participação do Instituto Nacional de Investigação Agrícola, Alimentar e Ambiental de França (INRAE), foi publicado no final de outubro na revista científica Nature Communications, noticiou na terça-feira a agência France-Presse (AFP).
Embora a rotação de culturas — a alternância de diferentes culturas (cereais, leguminosas ou oleaginosas, entre outras) no mesmo terreno — seja amplamente adotada na Europa, principalmente para o controlo de doenças e pragas e para limitar o crescimento de ervas daninhas, “a monocultura ainda predomina em África e no Sul da Ásia”, observou o INRAE em comunicado.
A rotação de culturas é “mais eficaz do que a monocultura” em termos de produtividade, qualidade nutricional dos produtos e rendimento para os agricultores.
O instituto sublinhou ainda que “a monocultura contínua de soja ainda é praticada em algumas regiões, principalmente na América do Sul, em resposta à forte procura do mercado por estas matérias-primas agrícolas”, que são utilizadas principalmente para alimentação animal e produção de óleo para biocombustíveis.
Com o objetivo de apoiar a transição dos sistemas agrícolas em todo o mundo e de respeitar melhor os solos, o ambiente, a saúde humana e o clima, os investigadores consideraram “essencial quantificar as vantagens e desvantagens da rotação de culturas em comparação com as monoculturas”.
Este estudo analisou “um conjunto de 3.663 pontos de dados de 738 experiências agronómicas conduzidas em condições agrícolas no período de 1980 a 2024” para quantificar o impacto da rotação em três dimensões principais: produtividade, qualidade nutricional dos alimentos e rendimento dos agricultores.
Esta meta-análise mostrou que, em média, a nível global, “em todas as combinações de culturas, a rotação de culturas aumenta a produtividade total em 20% em comparação com as monoculturas contínuas”.
A mesma variação é observada no rendimento dos agricultores.
A análise indica ainda que as produtividades são mais estáveis de ano para ano em rotação do que em monocultura.
Por fim, o estudo realça que uma rotação que inclua leguminosas introduz variedades mais ricas em proteína e energia do que os cereais.













































