Num relatório recente, a consultora holandesa Rabobank afirma que as taxas de adoção das tecnologias de edição genética serão superiores a 50% nos próximos cinco a dez anos e que a mesma tem potencial para beneficiar toda a cadeia de abastecimento alimentar.
No documento, os analistas agrícolas chamam a atenção para a necessidade de ultrapassar vários desafios, entre os quais os riscos potenciais a longo prazo e o acesso à tecnologia, e, desse modo, maximizar o potencial da edição genética. Ao contrário das sementes geneticamente modificadas (conhecidas como transgénicas ou OGM), que se encontram no mercado há várias décadas, a edição genética é uma tecnologia nova e completamente diferente.
“Esta tecnologia (CRISPR) implica apenas a edição dos genes existentes na planta. Isto põe fim a uma das maiores críticas à tecnologia usada nos organismos geneticamente modificados. O desenvolvimento das ferramentas de edição genética oferece uma oportunidade para reavaliar as políticas públicas e a forma de implementar novas tecnologias no setor alimentar, envolvendo e educando todas as partes interessadas na cadeia alimentar”, explicou Chiai Kang, analista de produtos agrícolas da Robobank.
De acordo com o relatório, Os Estados Unidos têm estado na vanguarda em termos de aplicações da edição genética, tal como sucedeu com as culturas geneticamente modificada. Dados do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA), entre 2011 e 2020, foram apresentados nos EUA 169 pedidos de produtos com edição genética. Estes pedidos abrangem plantas para consumo humano, rações, utilizações industriais e alguns microrganismos para a indústria. Espera-se que algumas destas aplicações sejam comercializadas em breve.
Enquanto os genomas do arroz, do milho e da soja foram totalmente sequenciados durante a primeira década do século XXI, o mapeamento do genoma do trigo só foi concluído em 2018 (isto porque o genoma do trigo contém 16 mil milhões de letras de ADN, mais de cinco vezes a quantidade do genoma humano).
A edição genética do trigo é muito promissora, uma vez que os agricultores enfrentam problemas de produção em todo o mundo devido às alterações climáticas. A edição genética permitiu que os investigadores começassem a desenvolver trigo mais resistentea a doenças e pragas, com melhor qualidade do grão e da farinha e maior valor nutricional.
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O artigo foi publicado originalmente em CiB - Centro de Informação de Biotecnologia.