Os deputados britânicos rejeitaram pela segunda vez o acordo de saída negociado pela primeira-ministra com Bruxelas esta terça-feira, 12 de março. A União Europeia já deixou claro que não haverá uma terceira oportunidade, o que agrava o risco de o Brexit se consumar sem enquadramento jurídico. E o Executivo liderado por Theresa May prepara-se para o pior cenário.
O Governo britânico desenhou um plano para atenuar o impacto de uma saída do Reino Unido da União Europeia sem acordo. Este plano passa pela eliminação de tarifas de importação numa série de produtos. Além disso, o Executivo determina que se o pior cenário se confirmar não vai impor controlos mais apertados nas fronteiras entre a Irlanda e a Irlanda do Norte.
O objetivo destas medidas é proteger certas indústrias, como a cerâmica e agricultura, e, desta forma, evitar subidas acentuadas dos preços no consumidor, ao mesmo tempo que protege os setores mais vulneráveis ao Brexit.
O Financial Times realça que este é um passo que está a ser dado pelo Governo, numa altura em que Theresa May tenta convencer os deputados a votarem contra a saída sem acordo, que é votado esta quarta-feira.
Hoje serão conhecidos os pormenores do plano, pela voz de Philip Hammond, ainda que já tenha sido revelado que, neste cenário, 87% do total dos bens importados pelo Reino Unido beneficiará de eliminação das tarifas de importação. Esta eliminação de tarifas deverá ser aplicada durante 12 meses. Atualmente apenas 80% dos bens estão isentos destas tarifas.
A Reuters adianta que, com o novo sistema, 82% das importações da União Europeia vai beneficiar de isenção de tarifas, o que compara com os atuais 100%, enquanto 92% das importações do resto do mundo passará a beneficiar deste estatuto, o que compara com os atuais 56%.
Além disso, o Executivo deverá garantir que não colocará controlos mais apertados nas fronteiras entre a Irlanda e a Irlanda do Norte.