O cabeça de lista do PSD, Paulo Rangel, avisou esta quinta-feira que o partido não aceitará “cortes nos fundos de coesão”, garantindo que os sociais-democratas exercerão o direito de veto se for necessário.
“Há uma coisa que posso garantir, connosco não vai haver cortes no fundo de coesão, isso não vai haver, porque nós exerceremos o veto se for caso disso”, afirmou Paulo Rangel, em declarações aos jornalistas, após uma intervenção em Sernancelhe (Viseu).
Posteriormente, fonte da candidatura precisou que esse direito de veto por parte do PSD será exercido se o partido for Governo.
No seu discurso, Rangel já se tinha insurgido contra os cortes que constam da proposta da Comissão Europeia para a coesão e para a agricultura, que disse totalizarem 3.300 milhões de euros e terem sido aceites pelo Governo português.
“São vocês os primeiros prejudicados com as negociações que foram feitas em Bruxelas e nós nunca vamos aceitar isso, nunca vamos aceitar esses cortes”, assegurou, numa intervenção centrada sobretudo no interior.
Perante cerca de 600 pessoas, Rangel defendeu que o cabeça de lista do PS, Pedro Marques, foi “um mau ministro” e não pode ser “um bom deputado”, acusando-o de aceitar cortes nos fundos e de ter cortado abonos de família em 2010, quando era secretário de Estado da Segurança Social de José Sócrates.
“Acham que um mau ministro pode alguma vez ser um bom deputado? Claro que não, Pedro Marques nunca poderá ser bom deputado porque foi um mau ministro, ministro dos cortes que não se interessa pelo interior nem pela coesão”, criticou.
O cabeça de lista do PSD repetiu que a proposta da Comissão Europeia prevê cortes de 1.600 milhões nos fundos de coesão e 1.700 milhões para a agricultura.
“É por isso que, no dia 26 de maio, nós temos de ir votar a favor do PSD, porque é um partido que é amigo da coesão do território, mas também para castigar, para penalizar, para censurar o PS porque é um Governo que não tem dó nem piedade com o interior”, acusou.
Rangel confessou estar “impressionado e sensibilizado” perante uma plateia de centenas de pessoas no interior “num dia de semana ao almoço” e disse sair de Sernancelhe “com ânimo e energia” para uma vitória em 26 de maio.
Após a sessão de esclarecimento, seguiu-se um almoço de porco no espeto e com direito a música por concertinas.
A cantar, Agostinho Costa deixou um desafio ao candidato: “Quero-lhe fazer uma pergunta, o que nos pode trazer, o que nos pode trazer”.
Rangel não respondeu a cantar – “só porque estou rouco”, disse -, mas garantiu que o PSD irá “trazer um reforço da defesa de Portugal na Europa”.
“É a marca do PSD”, afirmou.
No almoço, além dos candidatos Lídia Pereira, Álvaro Amaro, marcou presença o secretário-geral do PSD, Álvaro Amaro.
O presidente do PSD, Rui Rio, só volta à campanha europeia no domingo.