O PS/Açores está a levar a cabo as jornadas parlamentares dedicadas à sustentabilidade ambiental, reunindo-se com a Associação de Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP) para propor o fim do uso de plásticos descartáveis nestes serviços.
“A sustentabilidade ambiental é muito larga, é muito mais do que o próprio nome pode referir. Tem a ver com a possibilidade de nós, através de uma marca distinta, associada à sustentabilidade ambiental, podermos potenciar quer o emprego, quer a economia no seu global”, afirmou o líder do grupo parlamentar socialista no parlamento açoriano, Francisco César.
O socialista considera que a sustentabilidade ambiental “é muito mais do que propriamente uma questão ecológica ou uma questão ambiental” e que, no caso dos Açores, “está diretamente ligada à criação de emprego – mais e melhor emprego e menos precário –, está ligado a desenvolvimentos de setores de ponta e setores tradicionais, como sejam a área do turismo, da agricultura, das pescas, da energia ou até da mobilidade”.
Nesse sentido, o grupo parlamentar socialista irá ouvir vários agentes dos diversos setores, tendo começado estas jornadas com uma reunião com a delegação açoriana da AHRESP, em que propuseram que “o governo legisle, até ao final deste ano, no sentido de proibir a utilização de plásticos descartáveis na hotelaria e na restauração”.
“Mas nós não proibimos apenas por uma questão ambiental, achamos é que isto deve ser feito de forma a que, quer a hotelaria, quer a restauração, possa, primeiro, suportar, ou seja, que isto não seja um encargo acrescido, e que, por outro lado, possam potenciar exatamente esta nova forma de trabalhar sem os plásticos descartáveis”, garantiu o deputado.
À Lusa, o presidente da delegação dos Açores da AHRESP, Rui Anjos, garantiu que, no que toca à sustentabilidade ambiental, a associação “apoia toda e qualquer medida, muito mais no mercado açoriano, que tem como imagem a sustentabilidade ambiental, e uma região verde tem que progredir neste sentido”.
Ainda assim, o dirigente notou preocupação, “no momento atual, com a falta de alternativa a bom preço para combater a ausência do plástico”.
“As alternativas tendem a ser três a quatro vezes mais caras que o plástico e essa é a nossa grande preocupação”, afirmou.
Por isso, “o que a AHRESP pediu foi nunca menos que seis meses para formar e sensibilizar os empresários e, ao mesmo tempo, que o mercado da oferta se adeque a essa mesma resolução”.
As jornadas parlamentares do PS arrancaram hoje e, até quarta-feira, os deputados socialistas reúnem-se com várias entidades, entre as quais a MUSAMI (Operações Municipais do Ambiente) e a Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos dos Açores (ERSARA), e visitam centros ambientais como a Quinta do Bom Despacho, o Centro de Monitorização e Investigação das Furnas e a Central Geotérmica do Pico Vermelho.