A Federação Nacional das Cooperativas de Produtores de Leite (FENALAC) considerou hoje que as políticas do Governo estão a “marginalizar a agricultura do Norte e a pôr em causa a viabilidade económica de muitas explorações”.
Em comunicado, a FENALAC deixou um alerta particular para a nova proposta de apoio à produção do milho, que contempla um valor entre 100 e 280 euros por hectare, mas que não abrange o milho silagem, “componente alimentar fundamental da produção de leite e carne”.
“A FENALAC considera que não há qualquer razão técnica válida para esta discriminação, existindo, pelo contrário, um conjunto de argumentos que reforçam a necessidade de abrangência do milho silagem. Esta cultura é praticada essencialmente nos sistemas produtivos de leite e carne, os quais estão a ser fortemente afetados nos pagamentos da PAC”, pode ler-se no texto enviado pela instituição.
A FENELAC recordou que “com os custos em alta da alimentação animal, importa estimular a produção local, garantir a sua viabilidade, e reduzir a dependência das importações”, revelando que com a atual proposta, 37% da área de milho do continente não poderá aceder a apoios.
“Do ponto de vista regional, toda a produção de milho da região Norte fica impedida de se candidatar, pois predomina a vertente de milho silagem, além de que o milho grão produzido na região não é escoado através de organizações de produtores especializadas, condição também imposta pela tutela”, vincou a Federação.
Segundo a FENALAC, a região Norte representa a mais significativa zona do país em termos de superfície agrícola de milho, com cerca de 34 mil hectares cultivados.
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