Presidente da CAP, Álvaro Mendonça e Moura, apela à unidade europeia e a um orçamento robusto para a PAC no debate sobre o Futuro da Agricultura Europeia. O Presidente da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP), Álvaro Mendonça e Moura, participou ontem na conferência organizada pelo COPA – COGECA – “Future of European Agriculture”, realizada no Comité Económico e Social Europeu, em Bruxelas, reunindo representantes das três instituições europeias e agricultores dos 27 Estados-Membros contando com a presença dos principais atores da cadeia agroalimentar europeia.
Num contexto de instabilidade geopolítica, volatilidade económica e tensão social, Mendonça e Moura sublinhou que “a Europa é guardiã da paz” e que a segurança alimentar é um pilar estratégico para a autonomia e resiliência do continente. “A agricultura não é apenas um setor económico, é um ativo estratégico para a Europa”, afirmou.
Na sua intervenção, o Presidente da CAP destacou a importância de todas as organizações de agricultores europeias se manterem unidas sob a maior organização representativa do setor, o COPA – COGECA, para alcançar um objetivo fundamental: garantir um orçamento robusto para a Política Agrícola Comum (PAC). “Só juntos conseguiremos assegurar que os agricultores europeus possam continuar a fazer aquilo que melhor sabem – produzir alimentos saudáveis, com os mais elevados padrões de segurança alimentar do mundo, e a preços acessíveis para todos os consumidores”, frisou.
Mendonça e Moura foi claro ao afirmar: “O que muitos chamam de ‘subsídios aos agricultores’ é, na verdade, um apoio direto aos consumidores europeus. Estes apoios garantem que todas as famílias, independentemente da sua condição social, possam ter acesso aos melhores produtos do mundo a preços razoáveis.”
O Presidente da CAP apelou ainda a todos os decisores europeus para que desenhem uma política agrícola com uma duração mínima de sete anos, evitando mudanças de regras a meio do jogo, como aconteceu nas últimas duas reformas da PAC. “Os agricultores precisam de previsibilidade e de tempo para planear a sua atividade, para poderem passar mais tempo no campo do que no escritório. Precisam de acesso à tecnologia e à inovação para enfrentar desafios como as alterações climáticas”, acrescentou.
Respondendo à chefe de gabinete do Comissário da Agricultura, Esther de Lange, que afirmou que “os agricultores estão muito apressados e que a discussão do orçamento é uma maratona”, Mendonça e Moura retorquiu: “Esta negociação pode ser uma maratona, mas não podemos começar a correr na direção oposta, porque assim não conseguimos cortar a meta”.
A CAP reafirma assim o seu compromisso em defender os interesses dos agricultores portugueses e europeus, apelando à unidade e à responsabilidade das instituições europeias para garantir o futuro da agricultura e da segurança alimentar na Europa.
Fonte: CAP