O antigo ministro da Agricultura António Barreto afirmou, em Lisboa, que o país ainda tem hoje uma “dívida grande” para com a agricultura, assinalando uma secundarização do setor na política.
Setores como “energia, estradas, certas indústrias, turismo e serviços terão merecido mais atenção e apoio” do que a agricultura, considerou Barreto, que falava no encerramento do primeiro dia do congresso que assinala os 50 anos da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP).
Para Barreto, esta “espécie de secundarização” da agricultura na política fez com que o país ainda hoje tenha uma “dívida grande” para pagar aos agricultores.
O também sociólogo disse ainda que a força negocial e de representação da agricultura, comércio, indústria e serviços tem sido reduzida, uma vez que as “autoridades preferem sempre empresários individuais”.
Assim, vincou que persiste hoje uma tentativa de dificultar o caminho e a existência das organizações civis ativas.
António Barreto, que foi responsável pela lei que regularizou a reforma agrária, apelou ainda para que os governantes zelem pela agricultura, “cada vez mais marginal”, e para que cuidem da sociedade civil, reforçando a sua organização e valorizando o contributo das organizações enquanto “parceiros da democracia”.













































