Como aquele marido que está ao lado da mulher nos piores momentos da vida até ela perceber que é ele o culpado de todo o mal que lhe acontece, no balanço do primeiro ano da maioria absoluta, oitavo como primeiro-ministro de um país cada vez mais miserável às suas mãos, António Costa não se lembra de ter governado “um só dia em situações fáceis”. Faltava só a lágrima que um Daniel Oliveira como entrevistador sem dúvida garantiria. “O que dizem os seus olhos?” E o pobre governante incompreendido revelaria em voz entrecortada como tem sido injustiçado, com detalhes de fazer chorar as pedras da calçada.
O homem que tomou o governo de um país acabado de sair de um dos piores momentos da sua história, com a troika de malas aviadas para abalar e sem oposição ou contestação social, que recebeu a maior injeção de dinheiro grátis de sempre da bazuca europeia, que beneficiou de taxas de juro a zeros e programas de compra de dívida inéditos pelo BCE, que alimentou a sua obesidade governativa com manápulas sedentas de impostos que renderam recordes num ano de inflação galopante a suceder outro do maior aumento de carga fiscal paga pelos contribuintes, veja bem, não teve dias fáceis.
O chefe de governo que põe e dispõe do país e […]
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