A Plataforma Transgénicos Fora apelou esta segunda-feira ao Governo para que proíba a venda de herbicidas à base de glifosato, que apoie os agricultores e que se torne obrigatória uma análise à água para consumo humano.
A análise de glifosato na água de consumo consta já nas recomendações da Direção-Geral de Alimentação e Veterinária para o triénio 2019-2021, ao abrigo do Decreto Lei n.º 306/2007, alterado pelo Decreto-Lei n.º 152/2017. “Pese embora o herbicida glifosato não preencha a totalidade de critérios estabelecidos para a seleção de pesticidas a pesquisar em águas destinadas a consumo humano, nomeadamente no que diz respeito ao seu destino e comportamento no solo e ao seu potencial de mobilidade, recomenda-se a sua pesquisa, pelo menos uma vez por ano, em águas destinadas a consumo humano, provenientes de captações de água superficial”, lê-se no documento.
O apelo da Plataforma Transgénicos Fora (PTF) surge na sequência dos resultados de um estudo lançado em 2018 para testar a presença de glifosato em voluntários portugueses. A plataforma alega uma exposição recorrente ao herbicida e aponta para uma contaminação generalizada por glifosato em Portugal. A iniciativa, no entanto, não foi validada cientificamente — não foi feita por uma equipa de investigação independente, nem foi publicada numa revista científica, ou seja, não foi sujeita ao escrutínio de outros cientistas.
A PTF apelou à inscrição de voluntários e conseguiu recolher urina de 62 pessoas em julho e 44 em outubro, posteriormente enviada para um laboratório de análises fora do país. O número de pessoas é demasiado pequeno para que se possa tirar qualquer conclusão com os dados apresentados, admite a própria plataforma: