Por Odemira, lêem-se mensagens como “À beira do precipício — avista-se o fim do Sudoeste”, “Mar do Sudoeste, mar de plástico”, ou “Água para todos”.
Ali, as estufas crescem onde as hortas secam. Habitantes recorrem a uma ribeira para poder regar as suas hortas, sendo-lhes negada a água do canal: mais de 20 famílias da Costa Vicentina ficaram sem água para regar as suas hortas. Até aqui, tinham o rio Mira à distância de uma torneira. A torneira permanece, mas há cerca de dois meses e meio que de lá já não sai água. Quem a fechou foram os Beneficiários do Mira, ligados à agricultura intensiva e responsáveis pelas infraestruturas de rega e por fazer chegar água do rio aos agricultores. Dizem estar a racionar água em tempo de seca mas, enquanto atingem apenas os pequenos agricultores, continuam a surgir novas estufas.
Este bloqueio da água não garante o necessário caudal ecológico no Rio Mira: é colocada em risco a biodiversidade que daquela água depende, havendo já relatos do aparecimento de peixes mortos em troços secos do rio.
A ABM, dirigida essencialmente por grandes empresários agrícolas, diz que cortou aos pequenos para poupar água na Barragem de Santa