Cá, impôs uma marca com qualidade garantida que só o Alentejo oferece. Lá, engrandeceu o nome de Portugal. Afinal somos capazes de competir entre os melhores. Grande lição de quem faz.
Quem tem memória do Alentejo de há 30 ou mais anos lembra-se bem da imensidão da planície a perder de vista sem vislumbre de horizonte. Muitos campos por cultivar ou entregues à sorte de uma sementeira de sequeiro. Aquilo que havia era um modo de vida que seguia o ritmo dos caprichos do tempo. Recordo-me, em criança, de ouvir os antigos a clamar por água e quando esta teimava em não cair, a apreensão e angústia que lhes tomava conta do rosto com a certeza de que não havia outra forma de viver. Era esta a cadência indolente das vidas que o Alentejo trazia.
Este compasso foi interrompido, qual acelerador de partículas, pela chegada de um empreendimento com quase 40 anos de atraso, que colocou na mão dos alentejanos a possibilidade de serem eles, agora, a ditar as regras das suas vidas: escolhendo o que plantar! Qual sonho distópico do celeiro de Portugal? Mas nem todos o sentiram assim. Nem todos conseguiram olhar e ver. Houve uns que decidiram escolher aquilo que era mais cómodo: deixar que outros tomassem o seu lugar e decidissem por eles o futuro do Alentejo.
Outros houve, que perscrutaram lá longe o ensejo de fazer o Alentejo maior. António Silvestre Ferreira, o homem que olhou, viu e fez. Viu porque enxergou lá longe as potencialidades que o Alentejo oferecia. A distância, na maioria das vezes, aproxima-nos. Viu que o Alqueva colocaria o futuro nas mãos
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